Comportamento

SOS Sexo: ‘Cólica forte na menstruação é sempre sinal de endometriose?’

Esta é uma dúvida corriqueira e já adiantamos: não é tão simples assim

Por Da Redação 24 mar 2023, 15h15

Menina sentada na cama, com as mãos na barriga, sofrendo de cólica menstrual. Não é possível ver seu rosto — skaman306/Getty Images

A leitora G.S., de 17 anos, menstrua há alguns poucos anos anos, mas já sofre bastante com as cólicas menstruais. Ela enviou a seguinte pergunta para a CAPRICHO: “Sentir cólica forte durante a menstruação é sempre sinal de endometriose? Como identificar uma cólica fora do normal?“.

Quem responde é a Dra. Erica Mantelli, ginecologista, obstetra e sexóloga ⤵️

“Não, G.S., nem sempre sentir cólica significa ter endometriose”, explica a médica. Até porque é impossível fazer um diagnóstico do tipo sem a realização de exames ginecológicos. “Um dos motivos pode ser a endometriose, mas não é a única causa. Pode ser por causa de adenomiose, miomas mais volumosos, infecções, doença inflamatória pélvica, aletrações intestinais… Então, independente do tipo, é importante investigar e não normalizar”, garante.

A Dra. Erica explica que, quando a mulher menstruação, ocorre uma descamação da camada interna do útero, chamada endométrio: “Essa descamação provoca a liberação de uma substância conhecida como prostaglandina, que pode levar a contrações uterinas. Essas contrações podem ser mais ou menos dolorsas. Quando a mulher é muito sensível a essa liberação, ela acaba tendo mais cólica”.

Entretanto, cólicas incapacitantes nunca devem ser normalizadas. Portanto, se você não consegue realizar tarefas diárias durante o período menstrual, falta na escola ou no trabalho, não consegue sair de casa e aliviar a dor com remédios convencionais, é preciso ligar o radar. “Para ser consderada comum, a cólica precisa ser leve e durar poucas horas. O manejo dela também precisa ser fácil. Por exemplo: melhorar com atividades físicas, bolsa de água quente, analgésicos… Agora, aquela cólica de forte intensidade, que atrapalha a qualidade de vida da mulher, precisa ser investigada”, alerta a ginecologista.