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Só pra avisar que estamos em 2018 e o ‘corpo de praia’ ainda é pauta

Os padrões cultuados mudam com o tempo, mas os impactos negativos sobre as mulheres permanecem.

Por Isabella Otto Atualizado em 25 ago 2018, 10h00 - Publicado em 25 ago 2018, 10h00

Em 2015, Selena Gomez estava passando férias no México quando foi surpreendida por paparazzi que tiraram fotos da cantora na praia. Essas fotos acabaram sendo publicadas em matérias que chamavam atenção justamente para o corpo de Sel, que inclusive foi vítima de comentários do tipo: “Selena Gomez está gorda, feia e parecendo um porco”. Isso foi em 2015.

Mas por que estamos batendo nessa tecla? Três anos se passaram e o tal “corpo de praia” continua em pauta. Todas as matérias abaixo são deste ano, foram publicadas por veículos de comunicação e reforçam os já ultrapassados padrões de beleza impostos pela sociedade. Na realidade, tais padrões mudam com os anos. Em 1950, a Marilyn Monroe era o sex symbol época. Nos anos 60, foi a vez da Twiggy ditar moda e ser usada com referência em revistas. Dos corpos curvilíneos ao padrão “modelo de passarela”, hoje cultuamos os corpos esculpidos em academias e moldados por cirurgias plásticas: peitão, bundão, barriga negativa… Os padrões cultuados mudam com o tempo, mas os impactos negativos sobre as mulheres permanecem.

Alguns exemplos de matérias que vira e mexe são publicadas por aí. Reprodução/Reprodução

Não é possível nem prudente, porém, culpar apenas a mídia. Na faculdade de Jornalismo, uma das coisas mais importantes que aprendemos é que devemos ouvir nosso público e descobrir o que eles buscam. Logo, não é difícil deduzir que o “corpo de praia” continua sendo alvo de muitas buscas. É a lei da oferta e procura. O público não só tem uma parcela de culpa, como, muitas vezes, se transformam em pauta ao fazer comentários maldosos nas redes sociais. Se o corpo de Selena Gomez não tivesse sido tão criticado, talvez muitos veículos não tivessem se interessado em “exibir a nova forma da cantora”.

Nos últimos anos, discussões sobre empoderamento feminino ganharam força na internet, assim como o movimento body positivity. É bobagem, entretanto, pensar que a mudança já aconteceu. Na realidade, ela está acontecendo de forma lenta e gradativa, como deve ser, e ainda há muito o que se fazer. Usar nosso engajamento virtual para transformar é importantíssimo! Não importa se você tem 20 seguidores ou é a pessoa mais seguidas do Instagram. Mudar o seu mundo, a sua realidade, é o primeiro grande passo.

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Recentemente, Selena Gomez estava mais uma vez de férias, mas, dessa vez, ela mesma resolveu postar as fotos da sua viagem. Fotos reais de uma pessoa real sendo feliz pra valer! “Você é a pessoa mais linda do mundo porque não tem medo de mostrar quem é”, escreveu uma fã para a cantora no Instagram. Como esperado, é óbvio que muitos só conseguiram reparar na dobrinha na barriga da Sel ou na gordurinha atrás do braço. É difícil mesmo desacostumar nosso olhar tão habituado a reparar em tais coisas e buscar a perfeição, seja lá o que ela for ou possa significar. É um exercício diário para quem publica e para quem vê.

Reprodução/Reprodução

“Eu escuto o tempo todo pessoas dizendo que gostariam de ter a vida de outro alguém baseadas em algumas fotos… Nós todos fazemos isso. Mas essa sou eu dividindo alguns momentos felizes com vocês. Acreditem: a vida nem sempre é assim florida e cheia de filtros”, escreveu Selena em outra postagem no Insta. É aquela máxima: corpo bonito é aquele que tem uma pessoa feliz dentro.

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É 2018 e o tal “corpo de praia” continua em pauta. Isso não pode continuar. Todos os corpos são de praia. Ter um “corpão” é trabalhar todo dia sua autoestima – e não é fácil mesmo! “Projeto Verão” é planejar uma viagem linda para aproveitar a vida ao máximo. “Boa forma” é estar saudável – não enquadrada em padrões de estética.

Reprodução/Reprodução

Ei, galera, só pra avisar que o tal “corpo de praia” nem existe, viu?

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Comportamento
Só pra avisar que estamos em 2018 e o ‘corpo de praia’ ainda é pauta
Os padrões cultuados mudam com o tempo, mas os impactos negativos sobre as mulheres permanecem.

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