Você já ouviu falar sobre a Papisa Joana? Provavelmente, não. Isso porque, até então, acreditava-se que nenhuma mulher havia ocupado o lugar de um papa na História. Contudo, arqueólogos encontraram recentemente provas de que Joana foi eleita papisa e reinou entre 855 e 857 d.C.
O reinado da Papisa Joana era considerado verdadeiro na época da Idade Média, mas historiadores atuais acreditam ser apenas uma lenda. De acordo com a história, Joana teria sido eleita papa e alcançado a hierarquia católica disfarçada de homem: era João VIII, também conhecido por Iohannes Anglicus, em latim. João reinou entre os anos de 855 e 857 d.C.
Segundo a história, o reinado do Papa João acabou quando ele estava liderando uma procissão na cidade e passou mal. O que aconteceu? Na verdade, ele (no caso, ela) estava dando à luz. A verdade sobre a Papisa Joana causou indignação geral e ela foi aprisionada. Não se sabe ao certo se chegou a ser executada, mas seu nome foi removido de todos os documentos da Igreja. Na lista oficial da instituição, ficou certo que Leão IV reinou até 855, sendo sucedido por Bento III até 858 e João VIII só ocupou o cargo entre 872 e 882.
Entretanto, pesquisadores da Universidade Flinders, na Austrália, acabam de encontrar o que pode ser a primeira prova de que a papisa realmente existiu: moedas em sua homenagem. Eles acreditam que as peças fazem parte de uma série de moedas francas feitas de prata, com imagens de papas e imperadores. De um lado da moeda está o nome do imperador Luis II, enquanto o outro carrega a representação do nome Iohannes, baseado na assinatura do papa.
Somente figuras reais eram representadas nas moedas – como o imperador Luis II, que realmente existiu. Até então, as moedas encontradas foram atribuídas ao papa João VIII que reinou entre 872-882, mas Michael E. Habicht, autor do livro “Papisa Joana: O Pontificado Encoberto de uma Mulher ou uma Lenda?”, afirma que este outro papa tem um monograma diferente. De acordo com a análise grafológica, as assinaturas não são semelhantes.
Habicht também encontrou alguns furos na história oficial da Igreja. “Uma crônica relata que Aethelwulf de Wessex visitou o papa Iohanes Anglicus (a papisa) em Roma para casar sua filha Judith com o rei da França Ocidental (casamento que ocorreu em 856). Portanto, a Papisa Joana devia estar na Santa Sé no verão de 856. E o cronista Conrad Botho relatou que o papa Iohanes coroou Luís II em 856 (quando oficialmente Bento III devia ser o papa)”, explicou em entrevista à AH.
A Igreja Católica ainda não aceita mulheres em posições de liderança. Por isso, caso a descoberta seja confirmada pela comunidade acadêmica, a prova de que a Papisa Joana realmente existiu representa um impacto na história que conhecemos sobre os papas e imperadores.
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