Quem é que nunca se perguntou se o seu animalzinho de estimação favorito realmente entende o que você fala com ele? Alguns anos atrás, a gente te contou sobre um cachorro que aprendeu a se comunicar usando um teclado especial que relaciona estímulos visuais e sonoros, lembra? Christina Hunger, de San Diego, na Califórnia, começou o teste com sua cachorrinha, Stella, quando ela era apenas um filhote. No Instagram Hunger4Words, ela compartilha os avanços do animal na arte de se comunicar. Dá só uma olhada:
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Depois de acompanhar este caso, a CAPRICHO ficou curiosa e conversou com uma especialista para entender melhor como, de fato, acontece o processo de comunicação entre o tutor e seu cachorro.
A especialista Nathália Lopes*, Gerente de Comunicação e Assuntos Científicos na Royal Canin, Formada pela Universidade Estadual de Londrina em Medicina Veterinária, destacou que por falta de uma análise científica aprofundada era um pouquinho difícil entender se o método criado por Christina é eficaz. Porém, ressaltou que o comportamento de cães e gatos mudam quando eles estão com fome. “Considerando alimentação e brincadeira, elementos das necessidades básicas dos animais, a falta deles provavelmente desencadearão reações como ansiedade e stress. Os sinais de stress e ansiedade são: micção em locais inapropriados, aumento ou redução da atividade, carência, fricção ou mordedura nos móveis, arranhadura ou escavação excessiva, entre outros“.
Ela ainda contou que é possível ensinar comandos básicos para o pet, mesmo sem adestramento. “O adestramento é muito importante principalmente para aqueles cães onde existe uma expectativa que ele se comporte de maneiras mais específicas, sabe? Como quando queremos que eles façam suas necessidades fora de casa. Comandos básicos do tipo ‘não’, ‘sobe’ e ‘vamos’, podem involuntariamente ser repetidos de forma a se tornarem compreensíveis pelo pet. A rotina também é uma forma de educação; por exemplo, ao pegar as chaves do carro ou a guia, o pet pode ser condicionado à ação do passeio. Os cães são capazes de compreender intenções, mímicas, gestos, olhares e provavelmente emoções de seus tutores“.
Já a comunicação entre os animais e os humanos acontece através da postura corporal e expressões. “Em cães, observa-se a tensão muscular, principalmente em face e dorso, posicionamento das orelhas, da cauda e dos olhos. Gatos também adotam posturas corporais e faciais específicas e emissão de sinais vocais. Eles também se comunicam através da marcação territorial. Latidos – a partir de 2002 alguns pesquisadores conseguiram demonstrar os parâmetros acústicos dos latidos caninos a contextos ambientais. Por exemplo, um estranho batendo à porta produz um latido de baixa frequência, mais prolongado e de maior repetição do que os latidos proferidos em outras situações. Também se constatou que cães selvagens latiam muito menos do que os domesticados, indicando que o latido seja uma função comunicativa com o ser humano, embora, permita a identificação e comunicação com outros cães“, explicou a especialista.
E você? O que acha disso? Na sua opinião, o seu pet consegue entender tudo o que você fala?
*Nathália Lopes, Gerente de Comunicação e Assuntos Científicos na Royal Canin. Formada pela Universidade Estadual de Londrina em Medicina Veterinária e especialista em assuntos científicos, com formação na Getúlio Vargas em Master Of Business Administration, Gestão Comercial (MBA).