Jovens vêm relatando nas redes sociais nos últimos meses alguns casos de desmaio e intoxicação que ocorreram dentro de carros de aplicativos e que supostamente teriam sido provocados pela liberação de gás tóxico pelo motorista.
O chamado “Golpe do Cheiro” viralizou e gerou sensação de medo e insegurança, principalmente, em meninas e mulheres. Segundo relatos, os casos teriam acontecido quando o motorista, além de travar as janelas traseiras do carro, liberaria uma substância não identificada que provocaria tontura e fraqueza. Relatos ainda dizem que a substância é expelida pelo ar condicionado do carro ou pelo porta-malas, enquanto o condutor usa máscara de proteção.
Casos do tipo aconteceram em Canoas (RS) e no Rio de Janeiro, no mês de maio nos aplicativos Uber e 99. As histórias se tornaram públicas nas redes sociais, mas foram confirmadas pelas autoridades responsáveis. As autoras destes relatos e outros encontrados pela redação da CAPRICHO não quiseram conversar com a reportagem.
Segundo o UOL, foi comprovado em que algumas das situações foram um mal-entendido e que a investigação já foi concluída pela Polícia Civil. No caso do Rio de Janeiro, o laudo pericial do líquido borrifado no veículo comprovou se tratar de álcool 70% – e não foram encontradas outras substâncias de natureza tóxica, perigosa ou nociva.
Consultada pela reportagem da CAPRICHO, a Uber explica que “as duas únicas denúncias dessa natureza relativas a viagens no aplicativo da Uber que já tiveram a investigação concluída pela Polícia Civil”.
A empresa ainda afirmou que “trata todas as denúncias com a máxima seriedade e avalia cada caso individualmente para tomar as medidas cabíveis, sempre se colocando à disposição das autoridades competentes para colaborar, nos termos da lei.”
Não é novidade. 46% de meninas de mulheres não se sentem seguras em meios de transporte, incluindo carros de aplicativo. Os dados pertencem a pesquisa realizada pelo Instituto Patrícia Galvão, em parceria com o Instituto Locomotiva, com apoio da ONU Mulheres e Uber.
O estudo ainda revela uma sensação geral de insegurança durante os deslocamentos urbanos: apenas 16% das mulheres e homens que circulam pela cidade utilizando as mais diversas modalidades de transporte sentem-se plenamente seguros.
Mas com informação, sabemos que é possível tornar o seu deslocamento pela cidade mais saudável e seguro. Abaixo, a CAPRICHO lista 6 dicas para você utilizar sempre que possível, especialmente em carros de aplicativo:
Conheça os recursos de segurança oferecidos pelo aplicativo
É muito importante verificar quais recursos de segurança a plataforma disponibiliza para os usuários. Caso algo aconteça, existe algum botão de emergência? Onde fazer alguma denúncia? O suporte faz atendimento 24h? A maioria dos Apps já conta com ferramentas até para gravação de áudio durante a corrida. Então, dê aquela fuçada básica nas “Configurações” e na “Ajuda” da ferramenta.
Evite fazer corridas pela conta de outra pessoa
Quando você pede a corrida pelo seu próprio aparelho, consegue ter controle do que está acontecendo e, caso precise, consegue acionar os recursos de maneira mais rápida e eficaz.
Compartilhe sua viagem com alguém
Esse não é um recurso novo, mas é um importante aliado para a segurança das passageiras. Quando alguém acompanha sua viagem, você tem duas pessoas em alerta e de olho no que está acontecendo.
Fique atenta se o trajeto está sendo seguido corretamente
Sim, às vezes, estamos tão cansadas que nem nos atentamos ao caminho e só queremos saber de chegar logo em casa. Mas não prestar atenção no trajeto que está sendo realizado pode ser perigoso. Suspeite, sim, se o tempo de chegada começar a aumentar e se você começar a não reconhecer algumas ruas.
Sempre verifique se as informações correspondem com as do motorista
Não deixe de verificar se a placa do carro e o rosto do motorista mostrados no aplicativo estão batendo com as do veículo que chegou. Se o aplicativo sempre manda essa mensagem como recomendação de segurança, motivo tem, né?
Não diga seu nome antes que o motorista pergunte
Sempre confirme o nome do motorista e o local informado no sistema. Também evite ao máximo pegar carros de transporte sem pedir pelo aplicativo, agendando apenas com o motorista – isso te deixa vulnerável, por estar fora do controle da plataforma. Acontece muito em aeroporto e em shows. A dica é: fique esperta!
Peça ajuda!
Se você passar por algum episódio do tipo, saiba que você não está sozinha. Peça ajuda, converse com pessoas próximas e faça uma denúncia diretamente no aplicativo de transporte. Tanto a Uber quanto a 99 oferecem manuais para você realizar uma reclamação formal e saber como agir em situações de risco.
É importante ter em mãos informações como: o nome do motorista, a placa do carro, os endereços da corrida e o horário em que ela ocorreu.
Você também pode acionar o Ligue 180, canal oficial do governo para denúncias de violência contra a mulher e o 190, para acionar a Polícia e realizar um Boletim de Ocorrência.