Não dá pra dizer que a maioria, mas a metade das brasileiras não tem orgasmos durante as relações sexuais, de acordo com a pesquisa “Prosex”, realizada pela USP em 2017. A leitora K.L., de 19 anos, faz parte dessa estatística e sente dificuldade em ter orgasmos e gozar. Natural, é importante entender o próprio corpo para entender o que a gente mais gosta e sente prazer. Só que ela também se sente pressionada pelo namorado, que quer que ela goze sempre. “Meu namorado sente tesão ao me ver gozar, mas eu não consigo com tanta frequência e facilidade. Ele faz pressão, mas não adianta. Por que isso acontece comigo?”, mandou a K.L. pra gente.
Quem esclarece a dúvida é a Dra. Erica Mantelli, ginecologista, obstetra e sexóloga:
“O primeiro passo para uma vida sexual satisfatória é o entendimento do próprio corpo. Saber quais são as opções e zonas que nos geram mais prazer são etapas essenciais para ter uma sexualidade bem-sucedida. Comunicar o parceiro de suas descobertas e preferências também é imprescindível. Não tenha vergonha de ler conteúdos a respeito do tema. Conversar com as amigas e procurar ajuda médica em casos de desconforto também é ótimo. Em primeiro lugar, você merece ter prazer de forma calma e segura. A pressão só faz com que você curta menos o momento e sinta ainda mais dificuldade em ~chegar lá~. Tente abstrair e, é claro, contar para seu namorado como você se sente e que nem sempre as mulheres gozam e isso não significa que não tenha sido bom ou que elas não estejam curtindo. Vale ressaltar que a frequência com que transamos não é necessariamente um indicativo de qualidade, mas um indício para que prestemos mais atenção nas relações que estamos tendo. Alguns casais transam menos por conta de suas rotinas, mas estão satisfeitos mesmo assim. Porém, outros casais entram em conflito por conta de uma frequência menor. Quando a quantidade se torna um problema, é necessário dialogar e buscar ajuda, já que conflitos tornam o sexo cada vez menos atrativo. Tem que ser gostoso para os dois, beleza?”