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Rússia detém registro da 1ª vacina contra o coronavírus, mas ela é segura?

Droga ainda precisa passar por fase final de testes, resultados anteriores não foram divulgados e OMS pede cautela

Por Gabriela Junqueira Atualizado em 11 ago 2020, 21h16 - Publicado em 11 ago 2020, 14h17

Nesta terça-feira (11/8), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou o primeiro registro oficial de uma vacina para coronavírus. “Sei que é bastante eficaz, que dá uma imunidade duradoura” disse Putin  durante uma conferência ao vivo com seus ministros. A droga foi desenvolvida pelo Instituto Gamaleya. O líder russo também declarou que uma de suas filhas já foi vacinada e passa bem.

Daniel Chetroni / EyeEm/Getty Images

O presidente afirmou que o produto passou por todos os testes necessários e que os primeiros vacinados serão pessoas que pertencem aos grupos de risco, além dos profissionais da saúde e educação. Apesar da fala de Putin, existe uma desconfiança em torno da vacina, que foi produzida em apenas dois meses, tempo considerado curto levando em conta a quantidade de avaliações necessárias para a comprovação científica de que a droga é eficaz e segura.

Infectologistas e especialistas do mundo inteiro consideram que, caso etapas sejam puladas ou o processo acelerado, a vacina seria uma imprudência e poderia causar danos. “A Rússia está essencialmente conduzindo um experimento em larga escala populacional”, disse Ayfer Ali, especialista em pesquisa de medicamentos. “Acelerar o progresso não deve significar comprometer a segurança”, declarou Tarik Jasarevic, porta-voz da OMS. Em um cenário em que ocorre uma verdadeira corrida para a criação de uma vacina, a Organização Mundial da Saúde pediu cautela em relação ao anúncio e disse que o produto ainda precisa passar por aprovação internacional.

De acordo com Jasarevic, a organização está em contato com as autoridades russas para avaliar a situação. “Novamente, a pré-qualificação de qualquer vacina envolve análise e avaliação rigorosas de todos os dados de segurança e eficácia requeridos”, declarou. Apesar disso, o porta-voz disse que a organização está entusiasmada “com a velocidade em que as vacinas estão sendo desenvolvidas” pelo mundo.

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Segundo o último levantamento realizado pela OMS, que analisa o avanço das vacinas, divulgado em 31 de julho, a droga russa ainda não estava entre as seis mais avançadas do mundo, e ainda se encontrava na primeira fase de testes. O governo da Rússica, contudo, declarou que ela atualmente está na segunda fase, momento em que a segurança é avaliada, mas os resultados ainda não foram publicados. Uma terceira fase ainda se faz necessária. No começo de agosto, o ministro da saúde russo, Mikhail Murashko, disse que o país planejava começar uma vacinação em massa em outubro.

Acredita-se que a vacina vá se chamar Sputinik V, nome do primeiro satélite russo enviado ao espaço. De acordo com Kirill Dmitriev, diretor-geral do Fundo de Investimentos Geral local, a terceira fase de testes deve começar nesta quarta-feira,12.

Algumas horas após o anúncio de Putin, o Governo do Paraná, no Brasil, disse que vai assinar um acordo com o país para poder produzir a substância. De acordo com autoridades paranaenses, após a assinatura, será necessário ainda liberação da Anvisa. 

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