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Raquel venceu o machismo em casa e agora é referência no futebol freestyle

Sem apoio desde cedo, Raquel Benetti se dedicou ao seu "trabalho dos sonhos" e atualmente é o segundo nome mais conhecido no freestyle mundial

Por Amanda Oliveira Atualizado em 16 Maio 2019, 17h26 - Publicado em 5 ago 2018, 12h39

Para muita gente, a paixão pelo futebol começa cedo. Tem aquelas pessoas que já chutam uma bola logo depois de aprender a andar, mesmo ainda sem entender direito como o esporte funciona. E tem aquelas outras que não crescem na companhia de uma bola de futebol, mas insistem em tirar o atraso e se dedicar ao esporte mais tarde, seja torcendo ou jogando.

Para a Raquel Benetti, a história com o futebol começou quando ela ainda era uma criança, embora tenha demorado para receber o apoio que os irmãos tinham. Apesar de todos os obstáculos que tentaram desviá-la do esporte, ela atualmente é um dos principais nomes dentro do futebol freestyle: a modalidade futebolística especializada em controle da bola no estilo livre.

Reprodução/Reprodução

Em entrevista à CAPRICHO, que rolou durante a final do torneio Neymar Jr’s Five, Raquel contou que a mãe tentou colocá-la na escolinha de balé, mas ela ia chorando porque não gostava das aulas. “Ela não queria que eu jogasse futebol porque falava que era um esporte muito masculino. Desde pequenininha, eu já senti o preconceito dentro da minha casa“, disse. Mesmo com a falta de incentivo, Raquel entrou para a escolinha de futebol do Corinthians aos 8 anos. Lá, descobriu a paixão pelo esporte e não desistiu mais dele.

Com a experiência, Raquel entrou para o time titular masculino da escola e era a única menina jogando entre os garotos. “Imagina como ficavam os meninos que eram meus reservas?”, ela brincou ao lembrar. Segundo Raquel, a mãe dela até tinha que assinar um termo autorizando que a filha jogasse futebol com os meninos, porque, se ela se machucasse, os pais seriam responsáveis. “A gente tem que se provar cinco vezes mais do que os homens. Então, pra eu ganhar meu espaço no time masculino foi um sacrifício enorme”, contou. Até hoje, mesmo com toda a visibilidade que ganhou, Raquel afirma que ainda sofre preconceito.

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Como Raquel cresceu em uma periferia de São Paulo, ela admite que não tinha muita expectativa de carreira: “Na periferia, eu posso dizer isso com propriedade, o brinquedo mais fácil que a gente encontra é uma bola“. Para conseguir comprar a primeira chuteira, ela pediu que a irmã mais velha fizesse a compra e economizou o dinheiro do lanche para conseguir pagá-la aos poucos.

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Neste fim de semana, rolou a etapa final do torneio "Neymar Jr's Five", que pela primeira vez teve categorias femininas. A @mandsoliv, estagiária de comportamento, acompanhou toda a competição e até recebeu umas aulas da @raquelfreestyle! Ela é bem famosa por fazer várias manobras e embaixadinhas sem deixar a bola cair no chão. E olha que não é tão fácil quanto parece, viu? Vai ter mulher jogando futebol, fazendo embaixadinha, ganhando competição promovida pelo @neymarjr… E quem não gostar, como diria o Ney, vai ter que engolir. (risos) ⚽️💪🏻 #futebolfeminino #neymarjrsfive #freestyle #girlpower

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De acordo com ela, o futebol sempre foi o seu “trabalho dos sonhos”. Raquel jogou profissionalmente no Corinthians até os 19 anos e chegou a ficar 3 meses jogando nos Estados Unidos. Mas, quando voltou para o Brasil, começou a trabalhar como modelo por insistência dos pais. Embora estivesse jogando no centro olímpico, a família de Raquel seguia pressionando para que ela arranjasse outro trabalho.

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Entretanto, nem mesmo isso foi capaz de fazê-la desistir do que ela realmente queria: o futebol freestyle. “Eu não esperava que o futebol pudesse abrir tantas portas e eu pudesse ter tantas oportunidades dentro desse esporte”, comentou.

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Aquele #tbt que parece montagem de tão linda que é a vista de #Paris 😍💥⚽️❤️🙏🏻 #France #PSG #neymar #eiffeltower #torreeiffel #neymarjrsteam

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O objetivo do futebol freestyle é manter o domínio e controle da bola de futebol e vai muito além das famosas embaixadinhas. Para chegar ao nível atual, Raquel treinava cerca de 8 horas por dia e praticamente não parava nem para comer. A fama chegou graças aos vídeos que ela postava nas redes sociais, principalmente os que ela fazia manobras usando salto alto. “Sinceramente, eu queria mostrar para os homens que eu era melhor que eles. Era totalmente meu objetivo”, disse. De acordo com ela, o mais difícil é manter a concentração e o psicológico tranquilo, por isso é bom ter uma música de fundo.

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Apesar de já ter conseguido ficar 4 horas seguidas sem derrubar a bola no chão, a intenção de Raquel é bater o recorde de 8 horas e 24 minutos para entrar no guinness book. Em seu canal no YouTube, ela grava vídeos ensinando as manobras do freestyle em câmera lenta, passo a passo, para quem deseja aprender e não sabe por onde começar.

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⚽️❤️👠 Aquela velha história de amor … Futebol e Salto-Alto ! Aí Neymar me chama pro seu time no #neymarjrsteam #neymarjrsfive

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“Eu passei muito tempo sendo criticada pelos meus pais, praticamente minha vida inteira. Devido ao freestyle, com a minha visibilidade, ter aparecido em programas de TV e o ganho financeiro que tô tendo, hoje eles apoiam”, conta. Felizmente, a Raquel que era proibida de jogar bola quando era criança cresceu e chegou a fazer embaixadinha com Cristiano Ronaldo. 

Se você também tem uma grande paixão pelo futebol, ela deixa o recado: “Se você ama, não pode desistir”. Não importa quantas críticas você receba ou de quem elas venham, o seu sonho sempre será maior e mais forte do que qualquer obstáculo. Você é capaz de tudo!

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