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Porque Vadão não deveria ser técnico da Seleção Feminina na Copa do Mundo

Temos a melhor jogadora do mundo na nossa equipe, mas o Brasil não é considerado favorito na Copa do Mundo de Futebol Feminino - e te explicamos o motivo.

Por Amanda Oliveira Atualizado em 27 Maio 2019, 18h11 - Publicado em 21 abr 2019, 10h03

Daqui alguns meses acontece a Copa do Mundo de Futebol Feminino de 2019 e o torneio tem tudo o que é preciso para ser aquele grande evento que une os brasileiros na torcida pela seleção. Além do time brasileiro ter jogadoras talentosas que certamente nos enchem de orgulho, essa será a primeira vez que os jogos femininos serão transmitidos pela Rede Globo, principal emissora de televisão de rede aberta. Mas, diante do atual cenário da seleção, o que deveria ser um avanço na história do futebol feminino brasileiro também pode acabar em tropeços ainda no início da Copa do Mundo. Você sabe o motivo disso? Vadão, o técnico.

Nathan Stirk/Getty Images

Para início de conversa, é preciso relembrar a trajetória de Vadão no comando da seleção feminina. Sua primeira passagem pelo time foi entre 2014-2016, quando estava preparando a equipe para enfrentar a Olimpíada. Deixou o comando logo depois do evento e a vaga foi ocupada por Emily Lima, a primeira mulher a assumir o cargo da equipe feminina de futebol após três décadas de uma longa dinastia masculina no comando do time. O trabalho de Emily, contudo, durou pouco tempo. Depois de apenas dez meses no comando da seleção feminina, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) demitiu a técnica por acreditar que o desempenho da seleção não estava correspondendo ao esperado.

Entretanto, nos 13 jogos comandados por Emily Lima, foram sete vitórias, um empate e cinco derrotas. Para alguém ficou apenas dez meses no cargo, não é um desempenho tão ruim – mesmo considerando que as derrotas foram nas últimas partidas, contra as adversárias mais fortes. Há quem discorde dessa afirmação e acredite que, realmente, a técnica não estava mais fazendo um bom trabalho. A questão é que, mesmo com o curto período de trabalho, Emily saiu do comando da seleção feminina com um saldo muito melhor do que o do atual técnico do time, Vadão, que voltou ao cargo após a saída da técnica.

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Embora tenha Marta na equipe, a melhor jogadora do mundo, o Brasil não é e nunca foi considerado favorito para essa Copa do Mundo. Nem mesmo caiu como cabeça-de-chave no sorteio de grupos do torneio. E, para quem acompanhou o desempenho do time nos últimos amistosos e jogos oficiais, isso não é surpresa para ninguém, infelizmente. Desde que voltou a ocupar a vaga deixada por Emily e até o final do ano passado, Vadão comandou 13 jogos da seleção. Entre eles, foram 7 jogos oficiais (Copa América feminina) e 6 amistosos da FIFA (com 5 derrotas). Duas vitórias estão no saldo do Brasil, sendo um jogo contra o Japão por 2×1 e outro contra o Canadá por 1×0. No começo deste ano, a seleção de Vadão foi eliminada da Copa SheBelieves ainda na fase de grupos, sem nenhuma vitória. Perdeu até para os times que não eram adversários fortes, como a Escócia.

Com um desempenho desse nível, fica difícil criar expectativas positivas para a Copa do Mundo. Ainda mais difícil é tentar entender como a seleção feminina vai encarar um torneio mundial em busca do primeiro título na categoria com um técnico que claramente não está trabalhando do jeito que deveria. E para não ficarmos falando apenas sobre pontuações, outro detalhe merece ser ressaltado: Vadão não consegue sequer organizar o time no campo. No último jogo da Copa SheBelieves, por exemplo, na partida contra os Estados Unidos, a atacante Andressa Alves, que joga no Barcelona, estava jogando na lateral-esquerda do campo – uma posição que não era nada adequada para ela.

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Jose Breton/NurPhoto/Getty Images

Mesmo com todos esses sinais de que algo está muito errado, a CBF parece ter muita paciência e tolerância com o trabalho de Vadão. Uma paciência e tolerância que não foi vista com Emily Lima, quando a técnica não conseguiu ficar sequer um ano no comando da equipe, mesmo com todos os protestos das próprias jogadoras da época – muitas, inclusive, afirmaram que não jogariam mais no time, como Cristiane.

A situação fica ainda pior se considerarmos que um desempenho ruim e até mesmo uma eliminação logo na primeira fase da Copa do Mundo só prejudicaria ainda mais a realidade do futebol feminino no Brasil, visto que o preconceito das pessoas que decidirem “dar uma chance” para a categoria ao assistir as partidas pela primeira vez na maior emissora de canal aberto só aumentaria se elas se depararem com uma seleção fraca. E essa é a última coisa que as meninas do nosso futebol precisam.

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A Copa do Mundo de Futebol Feminino acontece entre os dias 7 de junho e 7 de julho. Apesar do cenário atual, estaremos aqui para apoiar e torcer pelas nossas jogadoras o tempo todo. 

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Comportamento
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