Ei, jovem, tem se sentido muito sozinho? Saiba que não é só você! O sentimento de solidão tem sido um incômodo bem comum. Para entender esse fenômeno, é preciso olhar todo o cenário que vivemos e como ele pode impactar o nosso bem-estar.
A pandemia trouxe mudanças significativas na forma como a nossa galera se relaciona e interage socialmente. Na juventude, o contato social e o sensação de pertencimento têm um peso grande. Mas, diante da necessidade de isolamento, foi necessário abdicar de momentos e hábitos em grupo. Alguns efeitos disso na saúde mental e nos relacionamentos permanecem até hoje.
E vamos te mostrar ao longo do texto que isso também afeta nossa saúde física, viu?
O Brasil ocupa a terceira pior posição no ranking de saúde mental do relatório anual Estado Mental do Mundo. A pesquisa realizada com 64 países chamou a atenção para como as relações familiares e amizades estão se deteriorando, com consequências significativas para o bem-estar mental.
Assim como passamos a pensar mais na higiene das mãos e uso de máscara depois da covid-19, deveríamos voltar a olhar com atenção para o nossos relacionamentos (amorosos, familiares e de amizade) e como estamos cuidando deles. Vamos lá?
Por que é importante se relacionar
Em 1938, a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, começou um estudo com 700 adolescentes para entender o que faz com que as pessoas tenham uma vida saudável e feliz. O “Estudo sobre o Desenvolvimento Adulto” tornou-se o mais longo estudo científico sobre felicidade da história.
A grande revelação da pesquisa foi como as nossas relações e o quanto somos felizes nelas têm uma grande influência na nossa saúde. As pessoas que têm relacionamentos mais calorosos permanecem fisicamente mais saudáveis à medida que envelhecem.
Por outro lado, a solidão e o isolamento são estressante e trazem muitos efeitos negativos, como acontece com quem fuma ou sofre de alcoolismo, de acordo com a pesquisa. Afinal, conversar com outras pessoas ajuda a entender a situação de outra perspectiva, ver que você não é a única com problema, aliviando o estresse.
Relacionar-se é como ir à academia
O diretor do estudo e coautor do livro “The good life”, Robert Waldinger explicou em entrevista à BBC que manter uma “aptidão social” é como exercitar um músculo. “Se ficarmos sentados a vida toda, nossos músculos atrofiarão. E da mesma forma, olhando para as vidas das pessoas que participaram do estudo, vimos que bons relacionamentos podem murchar não porque haja um problema, mas por descuido”, explicou ao site.
Segundo o professor de psicologia de Harvard, reconhecer quando alguém faz algo de bom e a importância dela em sua vida é uma prática de gratidão importante para os relacionamentos permanecerão fortes. Outra dica do autor é manter uma “curiosidade radical” sobre as pessoas, mesmo que vocês se conheçam há muito tempo. A ideia é não ficar só presumindo que conhece o outro, mas buscar com curiosidade aprofundar essa sintonia.
Isso não significa que temos que manter as amizades ou relações amorosas a todo custo, viu? Existem relações que não são tão legais e não valem nosso esforço. Nesses casos, vale buscar outras amizades que sejam mais mútuas.
Waldinger também aconselha que cada pessoa deve avaliar o quanto de socialização deseja para sua vida. “Uma pessoa tímida pode precisar de um relacionamento próximo ou dois. Ter mais pode ser estressante e cansativo. Mas a pessoa extrovertida pode querer muitos, muitos relacionamentos”, diz à BBC.
E aí, bora ser amigos?