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Por que o comportamento em dates virou uma grande polêmica nas redes?

Após um vídeo viral da SuperVulgar contando coisas que faz em dates 'sem ter vergonha', a galera começou a debater se existem regras para encontros

Por Bruna Nunes Atualizado em 22 out 2023, 18h17 - Publicado em 22 out 2023, 10h00

Encontros e relacionamento são tópicos dominantes no TikTok de maneira geral, mas se tem um perfil que traz polêmica e discussão nestes temas é o da influenciadora ‘Supervulgar’. Com seu jeito debochado, ela conta suas experiências e dá conselhos de ‘como lidar com homem’. Seu último viral polêmico foi o vídeo ‘Coisas que faço em date sem um pingo de vergonha’, que já tem mais de 8 milhões de views e gerou muitas, mas muitas opiniões. Está por fora da discussão? Vem que a gente te explica!

De acordo com a influenciadora e maquiadora, estas são as coisas que ela faz em dates sem um pingo de vergonha:

@supervulgar♬ original sound – SUPERVULGAR

Após o burburinho, Ana Luíza d’Utra Vaz (a Supervulgar) explicou seu posicionamento para a galera: “Meu amor, a maioria dos caras, quando chamam mulher pra sair, não tem interesse na companhia delas, nem em conhecer melhor, e nem comer aquela comida ou beber aquele drink com elas. Pra maioria, levar pra um date é uma FORMALIDADE pra conseguir levar a mulher pra cama”, escreveu.

De acordo com ela, mulheres, além de terem mais critérios, têm mais a perder, pois investem seu tempo e seu psicológico – coisas que homens não fazem.

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Meio sem querer, querendo, a influencer acabou criando uma trend no aplicativo de vídeos, em que mulheres começaram a contar coisas que fazem no primeiro encontro e que aconselham outras a fazerem também. E, sim, isso se tornou um grande debate.

@leticiapinheirosk obrigada @SUPERVULGAR por criar essa trend ✨✨ #primeirodate #primeiroencontro #date #relacionamento ♬ som original – A Soberana
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@catdantas EU VOU SER CANCELADA PELA ÚLTIMA KKKK trend da @SUPERVULGAR ♬ som original – Cat Dantas

Os diferentes pontos de vista

Nas redes, o pessoal ficou dividido entre entender o posicionamento da influenciadora e criticar esse tipo de colocação. Uma parte se posicionou contra esse tipo de discurso, seja por acreditar que quem segue esses conselhos vai ficar solteira pra sempre, por achar extremamente problemático ou até por pontuar que não existem regras comportamentais se você está indo em um encontro.

Lauany foi uma das pessoas que discordou totalmente com a Supervulgar e aconselhou que quem quiser ter um relacionamento feliz deve “parar de dar ouvidos à influenciadora”. Em vídeo no TikTok, a moça levanta a reflexão sobre entender por que as mulheres querem exigir coisas como ir buscar em casa e pagar a conta do restaurante e ainda resgata os relatos de pessoas contando que se seguissem essas regras, não estariam namorando.

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@lauschultz #relacionamentos #supervulgar ♬ som original – lauany

Ainda em sua opinião, a jovem diz que concorda que as mulheres que consomem esse tipo de conteúdo não fazem terapia. Em resposta, a psicanalista Mara Gomes resolveu também falar do assunto em seu perfil. Ela defende a visão de que homens acabam, sim, tendo mais coisas a ganhar do que mulheres em um relacionamento, principalmente porque temos que tomar cuidado com o certo medo de perder um cara, só por exigir coisas.

@maramaraervilha #stitch with @lauany @SUPERVULGAR #feminismo #mulheres #saudemental ♬ original sound – Mara Gomes

E mesmo que, no fim, a conclusão dessa discussão seja individual, alguns pontos muito interessantes podem ser levantados em ambos os lados do debate. Separamos alguns deles aqui:

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1. A maior parte do debate está sob uma perspectiva hétero 

Esse papo de cavalheirismo, pagar o uber, abrir porta do carro e se homem deve pagar a conta ou não, chegam de um ponto de vista heteronormativo.  Apesar de ser legal se sentir cuidada, também é legal procurar entender por que o homem pagar a conta faria dele “mais homem” e, a mulher não pagar faria dela “mais mulher”? Até que ponto isso faz sentido atualmente e na vida real?

2. As pessoas relatam sob a perspectiva da bolha e classe social delas 

A Ana, que foi quem viralizou o tópico, é uma mulher branca, hétero, de uma classe social acima do que da maioria das mulheres e homens que podem consumir seus conteúdos. Isso significa que ela esteja errada? Não! Mas pagar um uber de 100 reais para levar alguém em um encontro ou até mesmo ter um carro definitivamente não é a realidade de muita gente. Os caras que a influenciadora convive, se interessa e conversa, muito provavelmente vivem em uma realidade semelhante a dela, e por isso, têm condições de arcar com tais coisas.

O perigo de não levar essas circunstâncias em consideração se dá principalmente quando mulheres de uma classe social mais baixa começam a sentir que seus dates não foram válidos porque o cara não conseguiu bancar o uber sozinho ou teve um carro para buscá-la, por exemplo. Um encontro pode ser superlegal, mesmo que o cara não vá te pegar na porta de casa, vai!

Vários homens duetaram o vídeo da Supervulgar falando sobre o quanto esse tipo de comportamento pode soar rude. Nesse sentido,o @samueldearaujomateus enfatizou o debate sobre a classe social e quanto é perigoso não localizar de onde esse tipo de discurso vem, pois pode soar elitista.

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3. Mesmo que haja ressalvas no discurso da Supervulgar e companhia, você não precisa aceitar menos do que acha que merece 

Entender as circunstâncias que a outra pessoa envolvida no encontro vive também não é sobre aceitar migalhas. Se você acha que merece X coisa, não aceite menos que isso. Percebeu que só está recebendo migalhas? Pode fugir!

4. Cuidado para só não acabar indo na onda e reproduzindo comportamentos

Mulheres precisam falar sobre relacionamentos, isso é importante para que se crie uma rede de apoio, fortalecimento e conscientização. Mas você, mulher, não precisa estar de acordo com tudo ou olhar todas essas perspectivas como regra. Lembre-se que antes escutar todos esses conselhos da internet e somente sair reproduzindo-os, é importante entender o que realmente faz sentido para você e o que você, de fato, concorda. A primeira regra na hora de conhecer alguém, antes de qualquer outra, é: seja você mesma.

 

 

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