*Gabie Fernandes, especial para a CH*
Qualquer pessoa que passa 15 minutos no meu feed no instagram já percebe que eu amo correr pro mato pra pensar na vida. Eu amo ficar sozinha no meio da natureza me preocupando somente comigo.
Durante muito tempo achei que meu lugar de refúgio era uma casa de madeira, cercada por árvores e imersa no silêncio. Demorei para me tocar que, na verdade, o meu refúgio sou eu. Eu sou o meu lugar de paz, eu descanso em mim.
As casas mudam, as estações também, as árvores não são as mesmas, algumas casas são perto, outras são longe, umas tem lareira, outras sons de passarinho… Se tudo muda, a única constante que permanece é a minha existência.
Eu entendi que ir pro meio da natureza sozinha, passar uns dias na praia na minha própria companhia é, na verdade, um artifício de silenciar o todo e ouvir só o meu eu.
E quando o resto todo está quieto, eu grito. Eu falo alto sobre mim mesma, sobre tudo que eu sinto, que eu acho, que eu sou. Eu tenho muito a dizer, e como eu sou muitas, a conversa é infinita, eu mudo de opinião, eu discuto e até brigo, mas também me resolvo rápido, eu sou uma ótima apaziguadora de mim.
Descobrir que eu me pertenço em um lugar de paz foi libertador. Agora eu posso me cuidar de qualquer ponto do mundo. Ainda corro para natureza quando preciso, ela é minha aliada maior, mas já não é minha única opção. Agora, um banho longo, uma meditação e até mesmo uma corrida na esteira, servem de alto falante pro meu coração. Já não demoro pra me escutar, eu sou minha conversa mais esperada, minha amiga mais fiel e meu amor genuíno.
Eu sou meu lugar de repouso.