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Os 30 são os novos 20 e a gente só vai entender isso na vida adulta mesmo

Eu não sinto falta daquilo que não tenho, porque sei que simplesmente não faria sentido pra mim

Por 25 jun 2022, 10h01

Eu fiz 27 anos em maio. V-i-n-t-e-e-s-e-t-e. Ainda é estranho escrever assim. VINTE E SETE. Caramba!

Quando eu tinha os meus 16, ainda uma menina, planejei minuciosamente meu plano de vida: começar a namorar aos 25, noivar aos 26, casar ao 27, filho aos 29 e quem sabe um segundo lá pelos 32 anos.

Hoje, estou tão longe desse cronograma que ele é quase uma lembrança cômica da ingenuidade adoslecente.

Foto de Gabie Fernandes na cachoeira. Ela é uma mulher branca e loira, e sorri com os olhos
Arquivo Pessoal/Reprodução

Pra começar que, aos 25 anos, eu estava solteira, tinha acabado de levar um pé na bunda do cara que jurei que cumpriria meu plano perfeito – feito sem o seu consentimento, é claro -, fui morar em São Paulo, em um apê estilo studio já mobiliado, no vigésimo quinto andar, rodeado de prédios. Mais uma grande facada nas costas do meu roteiro perfeito de vida, já que a idéia era morar no campo, numa casa de dois andares fofa e com flores na varanda.

Com 16 anos eu também queria ser médica, e não atriz e escritora. Trabalhar com internet não era uma hipótese nem na minha imaginação!

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As coisas mudaram… Ainda bem!

Com 27 aninhos, eu ainda me sinto uma menina. Tenho tanta coisa pra viver, tenho tanta coisa pra aprender, e em nada eu me pareço com a adulta séria e cheia de certezas que eu imaginava ser com essa idade.

Dizem que os 30 são os novos 20, e talvez sejam. Mas a grande lição que fica pra mim é parar de pensar em cada etapa, porque, no final das contas, não existe certeza de nada – e querer forçar uma etapa da sua vida só porque você acha que é a hora, é a maior injustiça que você pode fazer consigo mesma.

 

Eu me sinto plenamente feliz trabalhando com o que eu amo, no meu apartamento pequeno, mas cheio de planta, tendo amigos maravilhosos, uma família que me apoia e agora até namorando, quem diria?!

Em nada sinto saudades do que não vivi na minha casa de dois andares com o meu marido fictício. Eu não sinto falta daquilo que não tenho, porque sei que simplesmente não faria sentido pra mim.

Aquilo que sou hoje reverbera de gratidão por quem eu fui e honra quem vou ser amanhã, e o que eu vou ser eu não tenho ideia. Nem aonde vou estar e com quem.

Só quero ser feliz! Que deliciosa surpresa vai ser acordar com os meus 37 anos de vida e olhar em volta reconhecendo tudo aquilo como escolha certa!

Quando esse dia chegar, volto aqui e conto as novidades para vocês. Até lá, a gente se diverte no hoje.

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Feliz vida pra mim! Pra nós!

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