Por meio de ‘Música’, lançamento da Prime Video desta semana, Rudy Mancuso conta eventos reais da sua vida ao dirigir e estrelar o filme. Ao lado da atriz Camila Mendes, que assim como ele é filha de mãe brasileira, o músico e youtuber exalta suas raízes brasileiras e seu amor por fantoches. Outra aspecto bastante abordado no longa e que também foi retirado da experiência pessoal de Rudy é a sinestesia – uma condição neurológica rara desconhecida por muita gente.
+ Confira nossa entrevista com Camila Mendes e Rudy Mancuso
Trata-se de uma forma diferente do cérebro interpretar os estímulos presentes em um ambiente. Ao invés da pessoa reconhecer os sentidos (olfato, paladar, visão, audição e tato) separadamente, ela os percebem de uma vez só, tudo misturado. Emoções podem exalar um cheiro específico, por exemplo, ou uma palavra pode ter um certo gosto para quem tem a condição.
Estima-se que apenas cerca de 4% da população mundial seja sinesteta. E cada indivíduo lida com a condição de uma forma particular. Segundo Sean Day, professor na Universidade de Ohio (Estados Unidos) e presidente da Iasas (Sigla inglesa para Associação Internacional de Sinestetas, Artistas e Cientistas), existem mais de 70 tipos distintos de sinestesia. No caso de Rudy ela tem um aspecto muito musical.
No filme, seu personagem que, não à toa, também chama Rudy, precisa conviver com música na sua cabeça o tempo todo. Os sons do cotidiano, como de talheres em um restaurante ou o da bola de basquete batendo no chão da quadro do seu bairro, vão se transformando em ritmo em sua mente. Isso traz uma percepção musical muito aguçada, mas ao mesmo tempo é motivo de distrações constantes, que podem atrapalhar no dia a dia.
Em entrevista à Rolling Stone, Rudy Mancuso contou que “o filme se passa em um momento em que ‘Rudy’ não sabia como se desligar”, mas que agora ele aprendeu a lidar com essas habilidades e controlá-las para quem não o distraiam o tempo todo.
Como explica o neurologista Saulo Nader ao Portal Drauzio Varella, a sinestesia “não é considerada uma doença nem um transtorno neurológico ou psiquiátrico – é uma particularidade de algumas pessoas”. Portanto, não é uma doença que necessite de tratamento, mas assim como Rudy é importante aprender a lidar com as habilidades para que não atrapalhe no cotidiano e que sejam aproveitadas da melhor maneira.
E aí, já tinha escutado falar sobre isso antes?