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Jessica Jones e o manual dos relacionamentos abusivos

Ninguém diz a ela o que fazer. E ninguém deveria te dizer o que fazer também.

Por Isabella Otto Atualizado em 11 jun 2019, 18h50 - Publicado em 15 set 2016, 18h16

Um dos destaques da COMIC CON EXPERIENCE de 2015 foi a atriz Krysten Ritter, que interpreta a super-heroína Jessica Jones no seriado original da Netflix, em parceria com a Marvel. Junto com Jessica, veio Kilgrave, ou, no caso, David Tennant, ator que interpreta o vilão dessa série totalmente girl power, que é mais representativa do que você imagina.

Antes de tudo, você precisa saber que a Jessica Jones não é uma mocinha típica de novela das seis, apesar de ser a grande protagonista da história. Jessica é uma super-heroína da Marvel que consegue “voar” (ou dar suuuper saltos), levantar carros e resistir aos mais difíceis desafios. Um deles, no caso, nós vamos chamar de “K”.

Dos quadrinhos para as telinhas, Kilgrave (David tennat) e Jessica Jones (Kristen Ritter). (Foto: Divulgação)

“K” é um cara interessante, meio misterioso, charmoso e inteligente. Mas não é só isso! Ele diz estar perdidamente apaixonado por Jessica, a leva comer nos melhores restaurantes, dá presentes e se comporta como um verdadeiro cavalheiro – pelo menos, na frente dos outros. Como reclamar de um homem assim? Aposto que se você ainda não assistiu à série e conheceu o tal de “K” só agora, deve ter se encantado pelas qualidades dele . Não é para menos, certo? Mas saiba que é exatamente isso que ele quer; e é exatamente isso que você não deve fazer.

Como assim? Bom, é muito fácil você se encantar por uma pessoa com tantas qualidades, mas você acreditaria na Jessica se ela dissesse que vive um relacionamento abusivo com “K”? Não se sinta culpada, caso você diga que não. Na vida real, muitas vezes, não imaginamos que aquela amiga vive um relacionamento do tipo. Como poderia? O namorado dela é sempre tão atencioso, educado e vive postando fotos amorzinhos no Instagram!

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Além do mais, ele é rico, vive enchendo a amiga de presentes, não dá para reclamar de um cara assim. É melhor ela aguentar, mesmo que rolem alguns desentendimentos. Boatos que ele, assim como “K”, não gosta de ser contrariado. Sem contar que, tadinho, ficou totalmente sem rumo quando eles terminaram da última vez!

Jessica desabafando com a amiga Trish Walker (Rachael Taylor). (Foto: Divulgação)

Tsc, Tsc. Pois é… Isso tudo soa muito familiar, não? É que a história da Jessica Jones, tirando a parte dos superpoderes, é parecida com a história de inúmeras outras mulheres que vivem um relacionamento abusivo com “K”, “X”, “Y” ou “Z”. Kilgrave representa aquele cara que se faz de vítima, manipula a mulher para que ela sempre se sinta culpada. Ele a envolve de tal forma que ela não consegue sair da relação, mesmo que ela não seja nada saudável. Ele não admite ser desafiado, acha que está sempre com a razão, controla a agenda, os passos, o Facebook e a mente da garota (no caso, o vilão Kilgrave, literalmente, tem o poder de controlar a mente das mulheres).

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Isso, minha amiga, é um relacionamento abusivo. O cara pode ser como Kilgrave e não fazer uso da força física, só do controle emocional e psicológico. Não tem diferença! Um relacionamento abusivo é um relacionamento abusivo . A garota, muitas vezes, se sente culpada, não consegue dar um basta. As outras pessoas não acreditam nela. Ela sente que, de repente, pode mudar o cara. Mas um homem que é abusivo uma vez, pode ser abusivo sempre. O que essa garota eventualmente não sabe é que ela tem uma Jessica Jones dentro dela, que, mesmo sem superpoderes, consegue derrotar esse vilão, consegue superar esse obstáculo.

“Saber que é real significa que você deve tomar uma decisão”. Se a dúvida existe, então é porque é real.

Meninas, todas podemos ser Jessica Jones e dar um fim nesses relacionamentos abusivos disfarçados de Kilgrave. Ninguém diz a você o que fazer – mas podemos dar um conselho? O seriado vale a pena. O cara que manda você tirar o batom vermelho e acha que só ele tem o direito de curtir com os amigos, não.

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Comportamento
Jessica Jones e o manual dos relacionamentos abusivos
Ninguém diz a ela o que fazer. E ninguém deveria te dizer o que fazer também.

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