Uma nova disciplina, chamada “Trabalho e Projeto de Vida”, entrará na grade dos alunos em 2022 e integra o Novo Ensino Médio, projeto aprovado durante o governo de Michel Temer. As escolas e instituições públicas precisarão adotar até o próximo ano as mudanças na estrutura do ensino definidas por essa reforma. A maior alteração é que agora o estudante passa a, além de ter matérias obrigatórias, poder escolher disciplinas alternativas.
Em relação à novidade, que será obrigatória, sua proposta é de incentivar os estudantes a pensarem sobre seus futuros, além da carreira. Em tese, o objetivo também é ajudar os jovens a responderem perguntas como, por exemplo, quem são e quem desejam ser. O projeto pretende trabalhar tanto o lado pessoal quanto o social, profissional e cognitivo, ajudando os alunos a se organizarem. Em São Paulo, a matéria já entrou na grade curricular e os estudantes já estão se adaptando a ela.
“A pergunta do projeto de vida, muito mais daquele entendimento superficial de o que eu quero ser quando crescer, qual a profissão que vou escolher, busca ajudar o estudante a saber quem quer ser, que ser humano deseja ser, quais são as aspirações do ponto de vista pessoal e da sua vida cidadã”, defendeu a jornalista e educadora Anna Penido, durante um evento de educação virtual, em setembro do ano passado.
Além da nova matéria, o Novo Ensino Médio também deve aumentar a carga horária de 800 para 1.000 horas anuais. Apesar de inicialmente parecer uma mudança positiva, isso implica que o estudante ficará em tempo integral na escola, desconsiderando que muitos jovens também precisam trabalhar para ajudar suas famílias. Além disso, atualmente a taxa de evasão escolar no Brasil é alta e 47% dos adultos brasileiros não possuem o ensino médio concluído.
Apesar da novidade ser pensada para contribuir para o currículo, é importante que o projeto também faça sentido para a realidade da maior parte dos estudantes brasileiros, e que exista um investimento significativo para que as escolas realmente sejam mais atraentes para os alunos.
E aí, o que você achou da nova disciplina? Já está tendo ela?