Negra e lésbica, Ludmilla fala sobre aceitação: “Encorajada pelos fãs”
Em entrevista, cantora conta que o público a ajudou no seu processo de entendimento como mulher negra e LGBTQIA+: "Sou poderosa"
Em junho de 2019, Ludmilla confirmou seu relacionamento com a dançarina Brunna Gonçalves, com quem hoje é casada. Na época, a cantora disse que teve receio de como o público receberia a notícia, afinal críticas ao fato de ela ser uma mulher preta sempre existiram. Agora, elas seriam somadas às possíveis críticas por sua orientação sexual. Não aconteceu. “Com a proporção que minha carreira tomou, me sinto encorajada também pelo apoio dos meus fãs, que sempre foram tão generosos comigo“, disse em entrevista exclusiva durante gravação de campanha em parceria com a Nike, em outubro.
Na ocasião, quando questionada sobre ser uma mulher negra e LGBTQIA+ no Brasil, um dos países mais racistas e LGBTfóbicos do mundo, a carioca disse que a arte sempre a ajudou no processo de aceitação: “Eu sei que sou uma baita de uma exceção e, exatamente por isso, tento dar o máximo de visibilidade principalmente às causas que estou inserida diretamente, porque são as que me sinto um pouco mais à vontade para falar, por viver certas situações. Posso te dizer que o que me motiva e o que sempre me motivou foi a vontade de mostrar o meu trabalho, a minha arte”, revelou.
Ludmilla também contou que carrega consigo algumas referências atemporais de mulheres fortes, como Beyoncé, “uma artista completa”, e Rihanna, que admira “pela forma como conduz a carreira e a vida pessoal”. “Estou tomando posse de quem sou. Eu sou uma mulher negra poderosa que usa a música e a dança para me conectar comigo mesma, mas principalmente, com a minha comunidade. Isso é algo que estou elevando cada vez mais em minha vida”, falou a cantora nos bastidores da gravação.
O projeto O Despertar na Dança: Uma Experiência em Movimento é apresentado pela Nike e está disponível exclusivamente no aplicativo Nike Training Club. Dirigido por Juh Almeida, o filme enaltece o empoderamento feminino por meio da dança e é dividido em seis etapas: nascimento, conexão, raízes, proteção, reconhecimento e, finalmente, o despertar. “Acreditamos que toda mulher negra é uma turmalina, só precisamos nos dar conta disso. Não é fácil encontrar o nosso poder e não é da noite para o dia, mas projetos como o nosso são instrumentos de mudança e fortalecimento. O projeto Turmalinas Negras também é sobre se conectar com o conhecimento ancestral, ser representativa e amplificar a voz das mulheres negras”, explica Aline Constantino, uma das idealizadoras da campanha.
Recentemente, Ludmilla lançou a música Rainha da Favela, que conta com a participação especial de Tati Quebra Barraco, Mc Kátia a Fiel, MC Carol de Niterói e Valesca Popozuda. A composição, de Ludmilla, enaltece as mulheres das comunidades com frases como “O trabalho aqui é bem feito”,
“Respeita o serviço, nego” e “My pussy mata rindo”. Assista ao vídeo a seguir: