Nas últimas semanas, o termo “cringe” (usado para designar algo que dá vergonha alheia) tomou conta da internet depois da Geração Z passar a listar o que consideram micos, incluindo muitas coisas que os Millenials gostam. Assim, surgiu uma “disputa” entre gerações e até uma discussão sobre quais são as diferenças significativas entre esses dois grupos, separados por alguns aninhos. Inclusive, teve gente de uma geração que disse se sentir perdida por gostar mais das coisas da anterior:
nasci na geração z, mas sou millenial de coração
— alana (@alanazonta) June 19, 2021
Entenda quando começa e termina cada geração
Antes de falar sobre os Millenials e a Geração Z (ou Gen Z), é importante lembrar que essas não são as únicas gerações a receberam nomes por suas características. Esse tipo de divisão surgiu da tentativa de organizar a população a partir do ano de nascimento, e assim ver os valores, a economia e as formas de se relacionar em comum entre as pessoas desses grupos. Vamos voltar algumas décadas para explicar. Por exemplo, quem nasceu entre 1945 e 1964 faz parte da geração dos Boomers, nome que faz referência à alta de nascimentos (boom!) depois da 2ª Guerra Mundial. Já os nascidos entre 1965 e 1980 fazem parte da Geração X, que era considerada como sem uma identidade definida, marcada por uma ruptura com as anteriores e buscando seu próprio propósito.
Chegamos à Geração Y, ou os famosos Millenials, que engloba quem nasceu entre 1981 e 1995, e foram nomeados com esse termo porque se tornariam adultos na virada do milênio. Nasceram antes da internet e viram sua chegada, vivenciando esse momento de transição. Diferente da geração anterior, que se dedicava totalmente ao trabalho e ao sucesso profissional, os Millenials se preocupam em fazer algo que traga felicidade. Assim, essa geração tem facilidade para mudar de trabalho, caso seja necessário, e não se imagina passando a vida inteira em um mesmo emprego. Apesar de não nascerem com a tecnologia, esse grupo teve contato com ela desde cedo, e assim aprendem rápido e se adaptam bem.
Entre séries e filmes que os marcaram, estão produções como Friends, One Three Hill, Harry Potter e Meninas Malvadas. No rádio, tocava Backstreet Boys, Spice Girls e Rouge. Os Millenials brasileiros também viram a Seleção Brasileira de Futebol Masculino virar tetra campeã em 1994, depois de ficar cinco edições sem trazer o troféu para casa.
Já a Geração Z, composta por quem nasceu entre 1996 e 2010, é considerada a “primeira tribo de nativos digitais”, segundo a agência de publicidade Sparks & Honey. Os jovens desse grupo estão preocupados em transformar o mundo, serem disruptivos, e são mais engajados em causas sociais do que as gerações anteriores. Por nascerem com a internet, é natural para eles usar plataformas para se expressarem e comunicarem, como Twitter, Instagram e WhatsApp. Séries como Euphoria, Outer Banks e Elite os representam. Nos fones, músicas pop como as de Olivia Rodrigo não saem do repeat. A rede deles é o TikTok e o look é marcado pelo cabelo repartido ao meio.
Sobre a polêmica “cringe” entre as gerações, a discussão gerada repercutiu tanto que foram identificadas mais de 43 mil menções ao termo no Twitter, segundo a Knewin, empresa de PRTech. É normal que existam diferenças, principalmente em um cenário em que a indústria dita e muda tendências tão rapidamente como o das últimas décadas. Mas, se você pensou que apenas a Gen Z usou o termo, saiba que ele também foi apropriada pelos Millenials para responder à zoeira. Para a galera dos anos 80 e 90, postar vídeos dançando e usar calças mais largas, por exemplo, que é considerado “cringe”.
O meme em alguns dias deve passar, ainda mais que hoje, com as redes sociais, as pessoas levam os memes à exaustão, mas os contrastes e diferenças geracionais ficam, e cada grupo segue com seus gostos e características. E apostamos: essa não vai ser a última vez que uma geração diz que a anterior é “cringe” e vice-versa!