Método Taylor Swift: Professora usa clipes da cantora pra ensinar botânica
Mais de 50 músicas da loirinha referenciam plantas, sabia? A bióloga Gláucia aproveitou disso em sala de aula
Como chamar a atenção da galera para o estudo de plantas, com tantas espécies com nomes difíceis? A professora Gláucia Lidiane, bióloga, mestra e doutoranda em Sistemática e Evolução pela UFRN, achou nos clipes da Taylor Swift, de quem ela é fã, a resposta. Com eles, Gláucia conseguiu mostrar aos seus alunos que as plantas estão em todos os lugares, e que estuda-las pode ser muito legal, sim.
Durante uma roda de conversa organizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) sobre ciência e arte, Gláucia diz que, além de ser uma swiftie e admirar a alta habilidade da loirinha em escrita e melodia e de gerar forte ligação emocional, os vídeos da Taylor têm muitas pistas visuais botânicas no cenário. E, ainda por cima, são de fácil acesso, gratuitos e rápidos. Segundo a professora, mais de 50 músicas da Taylor referenciam plantas.
Ela aproveitou disso, então, para atrair os alunos para o tema, de forma mais divertida e eficiente. “É comprovado, cientificamente, que nós aprendemos quando o áudio e o vídeo estão unidos”, disse durante a apresentação na Fiocruz.
Em 2020, momento difícil de pandemia, quando os alunos já estavam ainda mais esgotados, Gláucia começou a pedir que os jovens apenas assistissem um clipe da Taylor em casa, antes da aula. Em sala de aula, eles discutiam o que eles tinham observado no vídeo.
Em Out of the Woods (1989), por exemplo, os estudantes observaram uma floresta que parece gelada, árvores muito altas, pouca luz, folhas caídas no chão e um detalhe importante: sem a presença de flores e frutos. A partir dessa descrição, a professora apresentou conceitos relacionados às gimnospermas (plantas com sementes que não apresentam ovário nem fruto).
Willow, faixa do álbum Evermore, na tradução literal é Salgueiro, uma planta que faz parte do grupo das angiospermas. Na música, a Taylor compara, de forma lírica, o comportamento dessa árvore com a vida dela. Ela fala do movimento da árvore e como ela se relaciona com a água. Tudo isso serviu de gancho para Gláucia trabalhar o conteúdo previsto.
E não para por aí, a professora dá outros diversos exemplos de como usar os clipes da loirinha em sala de aula. Quer mais um? Com All Too Well (Short Filme) dá para falar do comportamento vegetal nas estações do ano.
Com a “ajuda” da loirinha, Gláucia viu que os alunos passaram a se interessar mais pelas aulas e o resultado refletiu nas notas. Agora, o ‘Método da Taylor’ está em processo de adaptação para um material didático físico, que está sendo elaborado pela professora junto ao Centro de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
A lição que fica, segundo a professora, é a importância de incluir coisas que você tem afinidade no ensino e aprendizado.