Mari Ferrer, que usava Instagram para pedir justiça, tem conta removida
A jovem disse que a remoção de seu perfil é uma tentativa de silenciar a única voz que tem
Nesta quarta-feira (19/8), Mariana Ferrer desabafou no Twitter e compartilhou o print de um e-mail enviado pelo Facebook informando que a sua conta do Instagram foi bloqueada da rede. No post, a jovem afirma que o pedido para a remoção foi feito pelo “homem que foi indiciado e denunciado pelas autoridades por estupro de vulnerável”, referindo-se ao empresário paulistano André de Camargo Aranha.
ISSO É INACEITÁVEL. @instagram não basta ser vitima de violência contra mulher, o homem que foi indiciado e denunciado pelas autoridades por estupro de vulnerável entrou na justiça para remover minha conta do instagram e silenciar a única voz que tenho para lutar por justiça. pic.twitter.com/yj0ghAcn6s
— MARIANA FERRER (@marianaferrerw) August 19, 2020
Em maio de 2019, Mari usou o Instagram pela primeira vez para falar sobre o estupro de que foi vítima em dezembro de 2018 (em um famoso beach club de Florianópolis). “Não é nada fácil ter que vir aqui relatar isso. Minha virgindade foi roubada de mim junto com meus sonhos. Fui dopada e estuprada por um estranho em um beach club dito seguro e bem conceituado da cidade”, disse na época.
Exames mostraram conjunção carnal (quando há a introdução completa ou incompleta do pênis na vagina), ruptura do hímen e presença de sêmen na calcinha da vítima. Apesar de o réu afirmar que nunca havia tido contato físico com Mari, um exame feito pela perícia chegou à conclusão de que o esperma encontrado na roupa dela é compatível com o DNA dele. O processo ainda está em andamento.
Em uma entrevista exclusiva para a CAPRICHO, tempos atrás, Mari disse que sua vida mudou depois de ser vítima do estupro. A jovem, que era feliz, amava brincar com seus gatos e estava animada com seus projetos, contou que não passa um dia sem chorar. A decisão de compartilhar seu relato nas redes sociais veio após cinco meses do caso, ao ver “a clara obstrução das provas e favorecimento do denunciado/réu e dos envolvidos no crime”.
No início de agosto, a jovem afirmou no Twitter que a defesa do réu manipulou fotos publicadas no Instagram dela. “A defesa, de forma sórdida e ardilosa, protocolou dentro do processo fotos manipuladas como se eu estivesse nua (nunca fotografei assim)”, escreveu.
a defesa de forma sórdida e ardilosa protocolou dentro do processo fotos manipuladas como se eu estivesse nua (nunca fotografei assim) e anexou junto um site indevido fazendo correlação ao produto de skincare que já divulguei como influenciadora juntamente das imagens deturpadas. pic.twitter.com/6HPRS8dXRJ
— MARIANA FERRER (@marianaferrerw) August 5, 2020
Após a divulgação de que a conta foi bloqueada, a hashtag #justiçapormariferrer foi levantada pelos internautas e chegou aos trending topics. Anteriormente, famosas como Kéfera e Karol Queiroz usaram a rede para pedir justiça por ela.
Em nota para a CAPRICHO, um porta-voz do Facebook informou que “O Instagram respeita a Justiça brasileira e cumpre decisões em conformidade com as leis aplicáveis. Nesse caso, o Instagram ainda avalia suas opções legais.”