Mais pessoas estão se declarando negras no Brasil, segundo IBGE

Os afrodescendentes brasileiros estão mais seguros para se autodeclararem como negros. E isso é um passo muito importante!

Por Ana Carolina Pinheiro Atualizado em 25 jan 2018, 19h30 - Publicado em 25 jan 2018, 19h30

Há umas duas semanas, estava olhando a timeline do Facebook até que me deparei com um post com o seguinte título: “população que se declara preta cresce 14,9% no Brasil em quatro anos“. A publicação mostrava uma pesquisa divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) que também dizia que os pardos passaram a ser maioria (46,7%) da população brasileira.

Depois de ver esses dados, fiquei pensando que realmente estamos avançando. Mesmo ainda ouvindo frases do tipo “ah, mas você é morena, não é negra” ou “sua pele não é tão escura assim”, os afrodescendentes brasileiros estão mais seguros para se autodeclararem como negros. E isso é um passo muito importante!

iStock/izusek/Reprodução

Mas o avanço não é visto apenas na declaração étnica. É só observarmos como agora é bem mais comum encontrarmos meninas negras arrasando por aí com seus cabelos crespos e cacheados, usando turbantes, esbanjando confiança, falando sobre assuntos diversos com muita propriedade e ocupando espaços que antes poucas de nós frequentavam. Ou seja, o crescimento não foi apenas no número de negros e pardos no Brasil, ele também foi na nossa autoestima e na maneira como nos expressamos.

Por outro lado, ainda tem muita gente que não consegue se ver e se autodeclarar como negro. E realmente não é fácil. Afinal, crescemos em uma sociedade que tenta a todo momento nos embranquecer. Seja pela pouca referência de negros na TV e na mídia no geral, seja pelo uso de termos nada legais, como mulata e morena. Aliás, bode eternos de expressões como essas! Só para termos uma noção das consequências do embranquecimento, algumas garotas evitam até tomar sol para não deixarem a pele mais escura. É chocante, mas é real.

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É isso aí, manas! Reprodução/Reprodução

Esses são só alguns dos casos que mostram que não é tão simples colocar um “X” na opção negro ou pardo em um questionário. Por isso, olhar esses dados e ver que as pessoas estão se identificando cada vez mais com eles, dá até um quentinho no coração. Os problemas existem, sim, mas esse reconhecimento é transformador, acredite! A partir dessa descoberta, pode nascer uma garota mais confiante, mais forte e mais consciente das barreiras e das doçuras que é ser negra.

Se você está passando por essa fase de dúvida em relação à sua cor, deixo como dica o livro Quando Me Descobri Negra, da jornalista Bianca Santana, que traz reflexões bem marcantes sobre o tema. Depois me conta o que achou aqui nos comentários ou pelo e-mail anacarolipa@gmail.com! 😉

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Até daqui duas semanas!

Beijo,
Ana Carolina

 

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