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Jovens são os que mais se declaram como negros no Brasil, diz pesquisa

A pesquisa do Google ainda revelou qual tema é o mais urgente para esse grupo

Por Ana Carolina Pinheiro Atualizado em 7 dez 2019, 11h00 - Publicado em 7 dez 2019, 10h00

O Google, junto com a Mindset-WGSN e o instituto Datafolha, divulgou uma pesquisa na semana passada com os temas mais urgentes para os negros no Brasil. A lista de problemas por conta da cor da pele é extensa, afinal, o racismo se desdobra e gruda em várias partes da nossa vida. Mas, com esse levantamento, foi possível ter uma noção maior do que é mais urgente para nós.

Yadira G. Morel/Getty Images

Para chegar ao resultado, foram entrevistados 1.225 no Brasil inteiro. Só que para confirmar a participação na pesquisa, elas precisavam se autodeclarar como pretas ou pardas, que somando forma a população negra. Pela pesquisa, vivemos em um país com 58% de negros, sendo 69% se reconhecem como pardos e 31% como pretos.

Se você é branco, pode ser mais difícil entender o quão complexo pode ser o simples fato de assinalar a sua etnia em um cadastro, por exemplo. Moreno, pardo, café com leite, mulato… Os jeitos de falar sobre a nossa cor da pele são inúmeros, alguns são ofensivos e outros escutamos até de maneira “carinhosa” desde criança. A real é que isso só dificulta a aceitação de quem somos, e não é de hoje, viu? É um papo de quatrocentos anos.

Mesmo com um certo medo de se identificar ou chamar alguém de “negro” ou “preto”, as pessoas que mais se identificam dessa maneira são os jovens de 16 a 24 anos. A explicação? Internet e ativismo! Afinal, agora conseguimos nos conectar uns aos outros e ver nossa voz potencialidade e espalhada por aí.

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Outro dado que a pesquisa mostra é que, entre os jovens, o tema mais urgente é o “Genocídio da população negra”, que para os entrevistados no geral é o terceiro mais importante. Infelizmente, o medo de perder a vida ainda está longe de ser resolvido. Segundo o Mapa da Violência, divulgado pela ONU, os jovens negros são os que mais morrem no país, sendo uma vítima fatal a cada 23 minutos.

A ordem dos temas mais urgentes, segundo a pesquisa, ficou assim: 1º lugar, mercado de trabalho; 2º lugar, racismo estrutural e institucional; 3º lugar, feminismo negro; 4º lugar, genocídio da população negra; e 5º lugar , políticas afirmativas.

E o que esperar desses dados? Bom, até os próprios representantes do Google reconhecem que as informações não foram “a descoberta da América”, mas que servem como um material para alertar quem tem o poder de mudança em mãos.

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Ah, antes de terminar, vamos estrear aqui a nova seção aqui na coluna, “o que estamos fazendo”. Para começar, a indicação de hoje é o novo CD do Emicida, AmarElo. São 11 músicas inéditas, sendo que algumas contam com participações especiais de Drik Barbosa, Larissa Luz, Pabllo Vittar, Majur e mais uma galera incrível. Inclusive, na última quarta-feira, 27, o álbum teve sua estreia no Theatro Municipal, em SP. E foi emocionante ver que, mesmo com dificuldades, estamos ocupando cada vez mais os lugares que desejamos, e não os que restam. Dá uma olhada no clipe da música AmarElo, que dá o nome ao álbum.

Quer deixar sua indicação de artistas, projetos sociais, histórias ou qualquer coisa feita por pessoas negras? É só me mandar um e-mail ou mensagem por direct nas redes sociais. Ah. Sugestões de pautas para a coluna também são sempre bem-vindas.

Beijos,
@anacarolipa

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