Quantos erros há no título e no olho desta notícia? Incontáveis seria a resposta correta. Katelyn Nicole Davis, de 12 anos, planejou a própria morte e a transmitiu em uma Live do Facebook no dia 30 de dezembro. No quintal da casa em que morava, em Cedartown, na Geórgia, Estados Unidos, a garota colocou a câmera do celular em frente a uma árvore, onde pendurou uma corda e se enforcou.
Antes de se suicidar, Katelyn, que já era adepta das transmissões ao vivo online, denunciou um caso de assédio. De acordo com informações do canal FOX, a americana afirmou ter sido abusada sexualmente por um familiar. “Perdão por não ser tão bonita, perdão por entrar e sair tão rapidamente da vida de vocês, perdão por não ser boa o suficiente, perdão por parecer uma prostituta. Eu sinto muito”, falou a jovem momentos antes de se matar. É possível escutar o grito desesperado da mãe ao fundo ao se deparar com a cena minutos depois.
Kenny Dodd, Chefe de Polícia do Condado de Pol, segue investigando o caso e conta que encontrou textos publicados por Katelyn em que ela dizia ter sido agredida com um cinto e estar sofrendo de depressão. É possível encontrar no YouTube lives feitas pela garota e até análises da última transmissão dela. Optamos por não reproduzir tal conteúdo para proteger outras pessoas que possam estar passando pelo mesmo quadro depressivo da jovem. De acordo com as autoridades americanas, a Live de Katelyn pode, infelizmente, servir de incentivo para outras pessoas que estejam pensando no suicídio como válvula de escape para algum problema.
Até que ponto da exibição da vida pessoal na internet interferiu na decisão da garota? Até que ponto o fato de o último vídeo dela ter viralizado preocupa? Até que ponto devemos criar ações para que outros jovens não façam o mesmo? Você pode estar pensando que isso é muito Black Mirror, mas não. Isso é pior, muito pior. Isso é vida real.
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