Foi na infância que a paixão de Julian Kezia Souza pelo futebol surgiu. Os anos se passaram mas Kezia, hoje com 18 anos, não deixou de lado a meta de ser jogadora profissional de futebol, conciliando o sonho com os estudos e o trabalho para ajudar a família. Com perseverança, Kezia, que viajava todos os dias 80 quilômetros para poder treinar, conquistou uma bolsa para participar de um campeonato que deve acontecer na Argentina em dezembro, e representa uma grande oportunidade.
“Minha relação com o futebol começou quando eu era criança e sempre me ajudou, sempre foi um escape pra mim, e sou apaixonada, é algo que eu amo fazer”, diz. “Um dos meus sonhos é, como está começando a acontecer agora, é inspirar outras pessoas e um dia poder escrever a minha própria história no futebol”, completa.
A jovem que mora em São Paulo, antes da pandemia treinava todos os dias em Guarulhos, precisando viajar para poder praticar o esporte que tanto gosta. Sobre a rotina, explica que “realmente era cansativo, porque você mal descansa, porque tem outras coisas além dos estudos e do futebol, mas já estava acostumada”. Desde essa época, já escutava de outras meninas, que ao verem com a roupa do treino se inspiravam com ela e sua história. Movida por sua paixão, a jogadora se inscreveu na Taça das Favelas, maior torneio de futebol entre favelas do Brasil organizado pela Central Única das Favelas (CUFA), que a fez se dedicar ainda mais ao esporte.
Neste ano, Kezia teve a chance de fazer parte da campanha, “É Hora de Celebrar – Coragem e Gentileza”, da Disney Princesa, ao lado de outras duas garotas da América Latina, que inspiram através de histórias reais a outras meninas lutarem por seus sonhos. Falando em princesas, ela conta para a CAPRICHO que a sua favorita é a Moana porque a personagem sempre a motivou e quando estamos assim, queremos inspirar outras pessoas também. “Sempre que eu estava para baixo, pensando em desistir, eu via o filme e percebia o quanto ela sempre era determinada, gentil, corria atrás do propósito dela. O mar sempre chamou ela, e eu digo que o futebol sempre me chamou, mesmo quando eu não sabia reconhecer isso“, reflete.
“Eu nem acreditei quando soube da bolsa, eu fiquei muito feliz, porque era um dos meus maiores objetivos para esse ano, e isso me motiva muito a continuar”, diz a jovem sobre a competição esportiva que deve participar em dezembro na Argentina.
“O recado que eu tenho para as garotas que sonham em ser atletas: não desistam por mais que as circunstâncias digam o contrário. Eu digo que prefiro chegar ao meus 30 e ter certeza que não era para ser, do que parar com os meus 18, e ficar com a dúvida, pensando ‘será que se eu insistisse mais um pouco teria dado certo?’. Se eu tivesse parado um tempo atrás, provavelmente eu não estaria aqui, inspirando outras jovens” concluiu.