A arara-azul, uma das espécies mais icônicas do Pantanal, junto com a onça-pintada, pode retornar para a lista de animais ameaçados de extinção por causa das queimadas na região, as maiores registradas desde que o Inpe começou a fazer levantamento dos focos de calor, em 1998. A informação é da bióloga Neiva Guedes, maior especialista em araras-azuis do Brasil.
Neiva chegou a tal conclusão após sobrevoar o Pantanal em setembro e estudar as situações decorrentes dos incêndios – a maioria deles causado por ações humanas. A presidente do Instituto Arara Azul explicou que, além de morrerem carbonizadas, muitas aves estão ficando sem alimentos, os frutos das palmeiras acuri e bocaiuva, por causa do fogo. Além disso, quando encontram algo para comer, esse algo está geralmente queimado. Essas sementes causam feridas parecidas com queimaduras na coacla. A perda de ninhos também preocupa os especialistas.
“Houve um misto de emoções ao sobrevoar o Pantanal por cinco dias. (…) Talvez nem tudo esteja perdido, porém, elas [araras-azuis] poderão voltar para a lista dos animais brasileiros ameaçados de extinção“, disse a bióloga em entrevista à jornalista Graziele Rezende, do G1 MS.
O futuro das onças-pintadas também é preocupante. Isso porque, até meados de setembro, o fogo no Pantanal já havia consumido 85% do Parque Estadual Encontro das Águas, em Poconé, maior abrigo da espécie do mundo.
No momento, o Pantanal precisa, além de ajuda financeira, para comprar itens para os brigadistas lutarem contra o fogo e arcarem com os custos de logística (hospedagem, transporte e alimentação), de água potável, que está em falta. Para ajudar, entre em contato com o Instituto Homem Pantaneiro, com o SOS Pantanal ou até mesmo com o Instituto Arara Azul.