Na última terça-feira, 6, o Conselho Nacional de Educação aprovou o ensino remoto até o fim de 2021. O texto, que ainda precisa ser homologado pelo Ministério da Educação, vale para as instituições de todo o país e inclui desde a educação básica até o ensino superior, tanto de instituições públicas quanto particulares.
Após aprovado, as escolas e redes poderão decidir se vão adotar as medidas, já que as diretrizes não são obrigatórias. A flexibilização vai permitir que escolas e universidades repensem as aulas e até o currículo disciplinar, para que possam seguir à distância durante o próximo ano. “É muito mais fácil voltar o presencial no ano que vem, mas a pandemia não vai acabar agora, vamos ter que conviver com ela e planejar um ano diferente”, disse Cecília Motta, Presidente Nacional do Conselho Nacional de Secretários de Educação, para o jornal Folha de S. Paulo.
Outro ponto que a proposta traz é a possibilidade de junção deste ano letivo com o de 2021, para municípios e estados a fim de “evitar o aumento da reprovação ao final do ano letivo de 2020”. Na prática, seria criado um modelo curricular de dois anos para a educação básica.
Em São Paulo, Rossieli Soares, Secretário da Educação, afirmou também na última terça que o estado deve adotar esse modelo e que a ideia é criar um ciclo único com 8 bimestres, para ajudar os alunos que não conseguiram aprender durante a pandemia.
De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, o documento também orienta as escolas a não darem falta para os alunos durante o período de pandemia. A criação de um ano letivo extra para alunos do 3º ano do ensino médio também aparece na proposta que precisa ser homologada pelo MEC.
Na quarta-feira, 7, primeiro dia da retomada de atividades presenciais nas escolas do estado de São Paulo, 80% dos colégios privados retornaram na capital enquanto apenas um municipal – de quatro mil – abriu as portas. Com mais de 40% dos alunos de escola pública sem acesso à internet, segundo pesquisa TIC Educação 2019, o cenário deve aumentar ainda mais o abismo de desigualdades que existe dentro da educação brasileira no mundo pós-coronavírus.