Nesse mundo de tretas na internet, você já deve ter esbarrado com a palavra empatia por aí. Se fala muito na falta dela nas relações de amizade, nas interações com quem pensa diferente e mesmo em relacionamentos amorosos. Aquela pessoa te deu um perdido? Faltou empatia! Aquela amiga não te ajudou quando você precisava, mesmo quando você fez a sua parte quando ela precisou? Faltou empatia! Sua família não entende sua opinião política? Claro que eles precisam ter mais empatia.
Mas, afinal, o que quer dizer essa palavra? É comum a gente confundir com simpatia, por exemplo. Sabe quando a gente conhece alguém e se dá bem com a pessoa logo de cara? Quantas vezes a gente não falou: “Rolou uma empatia na hora”? Pois é, mas isso não é empatia, pode ter rolado uma química, uma afinidade entre as duas pessoas, algo mais próximo à ideia de simpatia mesmo.
Também é comum confundir empatia com pena. A gente vê uma pessoa com dificuldade, morando na rua, por exemplo, e sente pena. Significa que a gente foi empático? Também não. A pena é um sentimento que não tem nada a ver com o sofrimento da outra pessoa, a pena é sobre como a gente se sente. Como diz a especialista Tati Fukamati, a frente do projeto A Revolução da Empatia, “pena é a dor que a gente sente ao ver a dor do outro”.
Ok, CAPRICHO, já estamos na metade da matéria e vocês não abriram o jogo ainda. Afinal, como explicar o que é empatia? Tem um vídeo superfofinho no YouTube que ajuda a gente a começar a entender a ideia. Ele ilustra o trecho de uma palestra da pesquisadora Brené Brown, da Universidade de Houston, em que ela discute o assunto. Olhe aí, é rapidinho! (Depois volte pra cá)
Talvez essa seja a explicação mais fácil para entender empatia. No desenho, a raposa cai no buraco (que representa solidão, tristeza, algum problema que a gente tem) e o urso entra no buraco junto com ela para confortar, para dar um abraço, para mostrar que ela não está sozinha nessa hora difícil. Já o alce (acho que é um alce, gente. Esses animais que não são de florestas tropicais confundem o brasileiro) fica lá de cima, oferecendo sanduíche, reconhecendo que a vida da raposinha não está fácil, mas não vai além disso.
Quando a gente manifesta a nossa empatia, a gente sente junto com o outro o que ele está sentindo. Tipo, para eu realmente me conectar com você, eu tenho que me conectar com algo em mim que reconhece o que está acontecendo com você. Por exemplo, uma amiga sua perdeu alguém muito próximo dela e está arrasada. Você já passou por isso? Já sentiu algo parecido? É isso que a gente se esquece de fazer no dia-a-dia.
Uma outra definição legal de empatia aparece no livro O Poder da Empatia – a Arte de se Colocar no Lugar do Outro para Transformar o Mundo (Editora Zahar). Olha, o tamanho do título do livro é equivalente ao esforço que a gente precisa fazer para ser empático. (risos) Bom, vamos à definição: “Empatia é a arte de se colocar no lugar do outro por meio da imaginação, compreendendo seus sentimentos e usando essa compreensão para guiar as próprias ações”.
Ajudou? É basicamente a gente, antes de fazer qualquer coisa, se imaginar na pele do outro, tentar entender o que ele pensa para então fazer alguma coisa. Ufa, o desafio pela frente parece gigante, mas também parece uma chance real de promover uma mudança ao nosso redor (on e offline) e, quem sabe, no mundo também.
Gostou da matéria? Você se acha uma pessoa empática? Conta pra gente!