Emma Watson foi convidada pela Revista Porter para escrever uma carta aberta à dentista Savita Halappanavar, que, em 2012, teve ajuda negada de médicos e hospitais enquanto sofria um aborto espontâneo. Naquela época, as leis de aborto na Irlanda, país em que Savita morava, eram bastante restritas e a prática era considerada crime. Logo, ninguém quis dar suporte à jovem para não corroborar com o ato “criminoso”. Savita Halappanavar morreu tentando salvar a própria vida.
Emma, que aos 28 anos é uma das porta-vozes do movimento Time’s Up e tem seu próprio clube do livro feminista online, chamado Our Shared Shelf, aproveitou a oportunidade para se posicionar sobre o aborto no texto escrito para a publicação. “Queria Dra. Savita Halappanavar, você não queria ter virado a face de todo um movimento. Você queria se submeter a um procedimento que salvaria sua vida(…) Nós entoamos: nunca mais. Mas é raro que a justiça verdadeiramente prevaleça para essas que a morte simboliza uma desigualdade estrutural(…) Para você, e para todas que precisam viajar até o Reino Unido para ter acesso a um aborto seguro e legal, a justiça é duramente conquistada(…) Da Argentina à Polônia, leis restritivas de aborto punem e colocam em perigo garotas, mulheres e grávidas“, diz principais trechos da carta.
A atriz ainda ressaltou os esforços da família da indiana morta para promover a campanha em prol do aborto legal Together for Yes. Na Irlanda, em maio, a legalização do aborto terminou em festa. 66,4% dos irlandeses votaram pelo sim e e prestaram uma homenagem à memória de Savita Halappanavar.
A inglesa ainda aproveitou o espaço para registrar que acredita na mudança por meio do empoderamento feminino. “Dar apoio a organizações de garotas e mulheres é a maior esperança que temos para transformar o mundo”, opinou. Vale lembrar que, em setembro, a CAPRICHO e o Instagram lançaram em parceria #OSeuLugar, documentário sobre coletivos feministas estudantis. O vídeo pode ser visto na íntegra no IGTV da @capricho.