É hora de deixar ir? Como saber se um ciclo chegou mesmo ao fim
Você fica ensaiando para dar um basta em algo que já nem faz mais sentido? Vem entender o que pode estar rolando e como deixar o processo mais fácil
m posts sobre fim de relacionamento ou em anúncio de troca de emprego no LinkedIn, a frase “a vida é feita de ciclos” aparece quase como um mantra. Sim, apesar de clichê, ela traz verdades mesmo. Nada dura para sempre e nossa trajetória é formada por fases. Mas por que, na prática, às vezes é tão difícil fechar um ciclo?
Se você está ensaiando e ensaiando para conseguir dar um basta em algo que não faz mais sentido, não fique se culpando tanto. A psicóloga Bianca Mayumi explica que a dificuldade existe porque encerrar ciclos pressupõe não somente acabar com fatores ruins da relação, mas também aqueles bons que ainda podem existir e que geram apego.
“Não existe uma regra sobre a hora certa de encerrar um ciclo”, ressalta a especialista à CAPRICHO. “O importante é entendermos que o olhar deve ser voltado primeiro a nós mesmas. Quais são os nossos desejos e necessidades? Pensar nisso ajuda a decidir se queremos manter ou encerrar uma relação”, completa.
E, claro, toda essa reflexão deve sempre priorizar nossa saúde física e mental. Nenhum relacionamento vale mais do que isso, certo? Ah, e isso vale para outros tipos de relação, além da amorosa: amizade, família ou trabalho.
Mas como encerrar um ciclo de vez?
Para começo de conversa, Bianca defende que não existe uma forma certa de se encerrar um ciclo. Mais uma vez: é importante entendermos o que é importante para gente. “Se para você é necessário ter uma última conversa para finalizar uma relação, por exemplo, talvez sugerir isso pra pessoa seja um primeiro passo”, exemplifica.
Mas em todos os casos, vale lembrar que, assim como foi um processo construir a relação com a pessoa, finalizar ela também será gradativo. E, ao longo do fechamento, é preciso ter muito carinho e respeito com os envolvidos e também com a história construída.
“Tentar apagar por completo as memórias não é possível e nem legal”, analisa a psicóloga. E propõe: “Lembranças fazem parte de quem somos. Então, ao invés de tentar excluí-las, que tal tentar enxerga-las de outra forma, ressignificando?”.
É hora de deixar ir e cuidar de você!
Sim, sabemos que não é sempre fácil, mas é possível, viu? E alguns hábitos e comportamentos podem ajudar a passar por esses momentos. Ficam as dicas:
– Aproveite para redescobrir e conhecer coisas que não sabia sobre você mesmo;
– Fique cercada de pessoas que você gosta;
– Comece a fazer atividades que te fazem bem (como atividades ao ar livre, pinturas, dança, esporte, leitura…);
– Procure ajuda não só da sua rede de apoio, mas também de profissionais.
“Algo que vai ser fundamental em qualquer processo, é conseguir acolher esse momento. Com certeza ele não vai ser fácil, nem gostoso de ser sentido. Mas ele vai ser necessário, e fazer isso com autocompaixão pode ser um primeiro passo para uma nova trajetória“, aconselha a psicóloga.