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‘Cura gay’ vai contra moral e código de ética, garante psicóloga

Carla Zeglio, psicóloga e terapeuta sexual ouvida pela CAPRICHO, chama defensores de liminar da 'cura gay' de megalomaníacos e retrógrados.

Por Isabella Otto Atualizado em 21 set 2017, 15h58 - Publicado em 20 set 2017, 14h49

A essa altura do campeonato, você já deve ter visto que um juiz chamado Waldemar Cláudio de Carvalho concedeu uma liminar que aprova que a homossexualidade seja tratada como doença. Ou seja, os homossexuais podem ser submetidos a terapias de “reversão sexual” sem nenhum tipo de censura. De acordo com o The Intercept, a psicóloga Rozangela Alves Justino, autora da proposta, atua no gabinete do deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), apadrinhado pelo pastor Silas Malafaia. disappointed but not surprised

Reprodução/Reprodução

Na internet, as pessoas começaram a protestar contra a liminar e a demonstrar ranço com relação à decisão, que, de acordo com Carla Zeglio, psicóloga e terapeuta sexual do Instituto Paulista de Sexualidade, é uma falta de respeito com seus colegas de profissão. “Meia dúzia de pessoas foram lá fazer esse pedido, que tem muito mais a ver com moral individual que com a qualidade de vida do coletivo. Nós temos um código de ética que nos fala o que devemos ou não fazer. Quando falamos sobre orientação sexual, se você diz que é possível converter ou reverter, você falta com a ética“, garante a especialista.

Carla afirma que a liminar foi dada com base em um desconhecimento do senhor juiz, que definitivamente não conhece nada sobre a proposta da OMS (Organização Mundial da Saúde), que, em 1990, retirou por definitivo a homossexualidade da lista de doenças. “O que essa liminar fez foi a dar a chance de alguns colegas nada éticos de profissão proporem essa ‘cura’. Nenhuma agência (pai, mãe, escola, religião) é suficientemente importante para impedir que sejamos quem somos. Quando isso acontece, nos tornamos infelizes“, explica a psicóloga, que usa as expressões “bando de megalomaníacos” e “prepotência fora dos padrões” para definir esse grupo de ~profissionais~ que propuseram a liminar.

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Carla Zeglio conta que o Conselho Federal de Psicologia do Brasil já está tendo uma série de discussões e, em breve, vai levar ao juiz uma explicação que mostre de forma clara e formal o quão preconceituosa, retrógrada e absurda é a proposta. “Ela faz com que as pessoas acreditem que existe cura para algo que nem é doença! Não acredito que a liminar será mantida. É uma baita falta de cuidado e respeito com o outro”, desabafa a especialista, que completa dizendo que todo mundo deve fazer protesto contra a decisão: “orientação sexual não deve nem pode ser tratada como patologia“.

Reprodução/Reprodução

Homossexualidade não é doença, mas homofobia é. Seu preconceito precisa de cura e acompanhamento psicológico. Procure ajuda! 😉

 

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