Como ganhar dinheiro com as redes sociais e viver da internet?
Se alguém te vender uma fórmula mágica, desconfie! Mas há caminhos, como mostram a Isabela Matte, a Barbara Coura e a Mariana Bonawitz
Quando o que mais bombava por aqui eram blogs e redes sociais como o Orkut e Fotolog, era difícil imaginar que fosse possível se sustentar com a internet. No YouTube, por exemplo, a maioria das pessoas postava vídeos aleatórios, com uma qualidade baixa, refletindo as tecnologias da época. Wi-fi, celular com internet e câmera de alta resolução eram coisas de filmes futuristas. Hoje, com os avanços tecnológicos, o crescimento de plataformas e a criação de novas redes, ganhar dinheiro com o online se tornou mais que uma possibilidade. É um sonho! Mas em meio a tantas contas, uma grande concorrência e em um universo em que parece que tudo já foi feito, como se destacar?
“O segredo é um só: trabalho. As novas gerações querem hacks pra tudo, pesquisam no Google como enriquecer rápido, mas é o trabalho diário e constante que traz o retorno. O dinheiro não veio da noite para o dia pra mim. São anos e anos trabalhando todos os dias, mesmo quando encontro dificuldades. Pra mim, essa é a fórmula do sucesso”, garante Isabela Matte, empreendedora de 22 anos destaque da Forbes Under 30, que premia profissionais relevantes abaixo dos 30 anos de idade. A rotina da Isa se divide entre a Isabela Matte Store, seus trabalhos publicitários no Instagram, a criação de conteúdo, os dois filhos e a vida em casa. “Na publicidade, os custos são basicamente com os equipamentos para filmar, fotografar e editar, além de impostos. Esse é um trabalho em que eu, enquanto pessoa física, sou a demanda dele. Agora, com a minha marca, tenho custos com produção, funcionários, salas comerciais, conta de luz.. E preciso me envolver com todas as partes, do processo de criação ao site, passando pela divulgação e social media”, conta.
A Mariana Bonawitz, de 21 anos, também tem uma loja online, a Por MB, uma slow fashion consciente. “Em novembro, faz dois anos que comecei a minha marca online, criando conteúdos diariamente. E com isso também fui convidada por outras marcas para criar conteúdos para as redes sociais delas“, revela a ex-Galera CAPRICHO, que conta ainda que existem várias formas de ganhar dinheiro online: “Com publicidade, vendas, cursos, visualizações… Mas nenhuma delas é fácil! Acredito que conseguimos lucrar fazendo aquilo que nos dedicamos a fazer. Precisamos sempre acreditar e focar nos nossos objetivos”. Para a empresária, encontrar seu diferencial é o ponto chave, mesmo que outras pessoas criem um conteúdo parecido com o seu. “Ser criativo, dominar as ferramentas e manter a constância são algumas das principais dificuldades. Isso requer sempre muito trabalho, pesquisa, treino e paciência“, garante.
Quando começou a publicar vídeos no TikTok, em dezembro de 2019, Barbara Coura não imaginava que aquilo poderia se tornar uma possibilidade de lucro. “Havia baixado o aplicativo realmente só para me divertir e dublar alguns áudios para meus amigos mais próximos assistirem, então nunca imaginei mesmo que eu iria crescer tanto e chegaria onde estou hoje. É loucura!”, celebra a jovem de 20 anos, que lembra exatamente quando bateu seus primeiros 10K de visualizações. Hoje, a criadora de conteúdo e estudante de arquitetura da UFMG tem mais de 2,6M de seguidores na rede social que cresceu muito durante a pandemia. “Eu enxergo esse mercado como uma oportunidade muito boa para quem busca ganhar um dinheirinho extra, especialmente sem ter que sair de casa! Nesse período de isaolamento, muita gente conseguiu se beneficiar, nem que fosse um pouquinho, com aplicativos assim. Então, considero esse mercado muito inovador e creio que a tendência é de que ele se expanda cada vez mais! Com certeza, ele já representa um começo para lucrar com a internet, mas sempre podemos ir além! Existem vários horizontes a serem expandidos no mundo online”, inspira.
Um desses horizontes é o dos cursos online, que vem sendo cada vez mais explorado por criadores de conteúdo de diferentes assuntos e com mais ou menos engajamento. A Isabela Matte, por exemplo, lançou recentemente a maratona “O Poder da Internet”, um curso 100% gratuito que depois encaminhava o púbico para a “Comunidade Conexão Digital”, um grupo pago com conteúdos exclusivos para quem “quer faturar alto nas redes sociais e viver de internet”. “Olhando pra trás eu vejo hoje que era inevitável caminhar para uma vertente educacional. Eu sou apaixonada por ensinar, por compartilhar conhecimento e ver os outros crescendo, tendo resultados e melhorando suas vidas. Antes de lançar meu primeiro curso, eu já trabalhava para ajudar e queria inspirar outras mulheres a empreenderem, a serem independentes, mesmo sendo jovens ou tendo pouco apoio, e isso junto com o lado da experiência foram fundamentais para que eu decidisse ministrar cursos“, conta. Matte acredita que é muito importante checar a credibilidade da pessoa antes de sair comprando cursos por aí. Sem contar que, para ela, não há fórmula mágica: “Existem muitas técnicas para obter mais resultados. Pra mim, não adianta saber todas as técnicas, entender o algoritmo, fazer estudo de público e de conteúdos se você não faz o básico, que é entender que do outro lado da tela tem um ser humano. Não é um seguidor, é uma pessoa. Você precisa conseguir se colocar no lugar dessa pessoa. Pelo que as pessoas se atraem? Por autenticidade, reciprocidade, relacionamento, proximidade, identificação. Você precisa gerar isso. Se você, do seu jeito, sem querer copiar outras pessoas, pensar no outro, entender as necessidades e partir daí”, dá a dica.
É exatamente o outro que motiva Barbara a criar: “O meu primeiro dinheirinho aconteceu quando fui chamada para participar da campanha de influenciadores para o aplicativo Kwai! E isso significou muito pra mim, porque nunca imaginei que iria ganhar dinheiro fazendo vídeos, o que sempre foi algo que amei fazer, desde bem pequenininha. Eu possuía uma visão de que isso seria algo bem distante de acontecer comigo, era um daqueles sonhos que eu nunca imaginava que realmente se realizariam, sabe? Então, quando eu pude fazer algo que gosto e ainda ser reconhecida por isso, foi extremamente incrível!”, relembra sua primeira conquista financeira. Para Mari, é possível começar a se destacar sozinha, mas, com o crescimento virtual, talvez uma equipe se faça necessária – mesmo que ela seja formada por pessoas da sua família, como sua mãe. “Começa do jeito que você pode. Acredito que muitas pessoas têm um bloqueio em iniciar algo por não ser perfeito, terem medo do que os outros vão pensar ou de não dar certo. Mas você só vai saber, se fizer“, manda a real. E a Isa Matte garante que número de seguidor não é o “X” da questão, viu? “Se você tem muitos seguidores, mas foram todos comprados e você não tem nem engajamento e nem um relacionamento próximo com a audiência, as marcas não vão investir em você. Conheço pessoas que fazem sete dígitos por ano com menos de 30k de seguidores e outras com mais de um milhão que não conseguem pagar o aluguel de R$ 3 mil“, revela.
Além disso, tentar não ligar para as críticas gratuitas de puro ódio é a maior lição que a Babi já teve ao longo da sua jornada lucrando com as redes: “Sempre haverá pessoas que tentarão te deixar para baixo e te fazer desistir do seu sonho, mas tenha em mente que você deve fazer o que te faz feliz! Se gravar vídeos é algo que você tem vontade, vá em frente, sabe? A vida é curta demais para nos limitarmos ao medo do que irão pensar da gente. Eu sei também que às vezes rola aquela vergonha de gravar vídeos, o que é supernormal, mas tudo é uma questão de prática! Aos poucos a gente vai se soltando mais. O importante é começar, dar o seu melhor e fazer o que gosta”, incentiva.