Nesta segunda-feira, 9, a ciclista Olivia Rose Podmore, de 24 anos, conhecida como Liv, foi encontrada morta em sua casa, na cidade de Christchurch, na Nova Zelândia. A causa da morte não foi confirmada pela família, mas autoridades trabalham com a hipótese de suicídio.
Momentos antes de ser encontrada, Liv havia publicado nas redes um texto sobre saúde mental e a pressão que os atletas sentem. “Esporte é uma grande ferramenta para tantas pessoas, é uma dificuldade, uma luta, mas é tão alegre. O sentimento de vencer é diferente de tudo, mas o sentimento quando você perde, não é selecionado ou não se qualifica, se lesiona, não alcança as expectativas da sociedade, como ter uma casa, se casar ou ter filhos, tudo porque você dá o seu melhor para o seu esporte, também é diferente de tudo“, escreveu em post que não se encontra mais no ar.
+: O que fazer se perceber que a sua amiga tem tendências suicidas?
No Facebook, Mitchel Podmore, irmão da ciclista, postou sua homenagem póstuma para a irmã, de quem era muito próximo. “Você estará para sempre em nossos corações”, escreveu na legenda da foto abaixo, em que aparece ao lado de Liv e do pai, Phil.
Olivia disputou as Olimpíadas do Rio de Janeiro 2016, mas não conquistou classificação para disputar os jogos de Tóquio. A postagem de Liv e a notícia de sua morte vêm em um ano em que muito se falou sobre a mental dos atletas no evento esportivo, principalmente por causa da ginasta Simone Biles, que se afastou de algumas competições por “questões de saúde”, segundo a comissão técnica. Mais tarde, a norte-americana confessou que não se tratava de uma lesão física. “Acho que a saúde mental é mais importante nos esportes nesse momento. Temos que proteger nossas mentes e nossos corpos, e não apenas sair e fazer o que o mundo quer que façamos“, disse durante coletiva.
Em um episódio anterior, durante o Roland Garros, a tenista Naomi Osaka declarou que iria abandonar a competição também em prol da sua saúde mental. Ambas as atletas ressaltaram o que Liv escreveu em seu último post nas redes sociais: sobre a pressão sentida por esportistas, em especial aqueles de alto nível. A ascensão pode ser meteórica, assim como a queda. Todos os dias é exigido não apenas do físico, como também do mental. Dependendo do caso, a conta, uma hora, pode chegar.
Desistir ou pedir ajuda não é motivo de vergonha ou fraqueza. Na verdade, é justamente o oposto! É preciso muita coragem e força para dar o primeiro passo e admitir que precisa desacelerar e priorizar a saúde mental. No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV) funciona em todo o território nacional, 24 horas por dias, de forma gratuita. Ligue 188 sempre que precisar ou entre em contato, sempre de forma anônima, com algum voluntário pelo chat ou e-mail.
Sua saúde mental importa, assim como você, que não está só.