Continua após publicidade

Casamento às Cegas prova que aparências importam bem mais do que deveriam

Ainda e de diferentes maneiras. A conclusão? O amor não é cego, mas com toda certeza ele é ingênuo

Por 4 fev 2023, 10h01

Se você usou a internet nas últimas semanas, provavelmente ficou sabendo do reality mais comentado do momento: Casamento às Cegas Brasil – que, inclusive, ganhou seu 11º episódio (“O Reencontro”) na última quarta-feira (1º).

O reality em que pessoas se apaixonam pela conversa, pelo carisma, pelos sonhos, pelas expectativas… E não pela imagem. Depois de muito papo, se rolar a conexão e o casal aceitar se casar, é aí que o encontro visual acontece.

Ilustração de mãos segurando pedaços de espelhos quebrados, que refletem o rosto de uma mulher

Eu assisti a Casamento às Cegas num misto doloroso de raiva, esperança e alegria. É duro perceber que o amor é colocado em posições diferentes para cada um, que a aparência importa demais para algumas pessoas – e muito mais do que elas se sentem à vontade em admitir – e que por causa de julgamentos relações maravilhosas são perdidas. Tô pensando aqui que o mal do amor é a expectativa…

Ah, a expectativa mata! Quase dar certo com alguém é tão ruim quanto dar certo e acabar. É que lidar com o vazio de quem quase não preencheu dói demais.

Continua após a publicidade

É como arrumar a casa pra uma visita esperada e ela mal entrar na sala, ignorando completamente o cafezinho e o bolinho de fubá da cozinha, e nem se dando o trabalho de tirar o sapato.

Quase dar certo com alguém é um perigo pra imaginação, que nos leva a lugares mágicos e maravilhosos, porém irreais do início ao fim.

Sentir o gosto da rejeição quando se mostra tão pouco é como ignorar um livro já na sinopse: aquilo que não nos interessa grita aos olhos muito mais do que a possibilidade da surpresa.

Continua após a publicidade

Já não basta os fatos, o que temos é muito pouco, por isso o peso do “poderia ter sido” vai ficando maior a ponto de ficar insuportável.

Duas pessoas vestidas de terno e com máscaras de cavelo. Uma delas entrega um coração vermelho para outra
Crispin la valiente/Getty Images

É por isso que o “deu errado e nós nem ficamos” demora tanto para superar. Tudo fica mais difícil com a fragilidade do “E se?”. Já escrevi sobre isso em outro momento, né? Gosto de arrancar sangue das palavras e não tem nada que machuque mais do que o futuro do pretérito.

Continua após a publicidade

Mas, apesar de tudo, eu vejo o lado bom da dor do amor. Talvez seja a minha mania de romantizar tudo e acreditar que tudo na vida traz consigo uma grande lição, mas esses “quase amores possíveis”, que deixam uma dorzinha latente, têm seu lado bom: nos lembram de que é possível chorar por um novo amor e de que sempre há a possibilidade para um recomeço.

É um alívio ter a chance do encontro e do desencontro com outro alguém.

Publicidade

Casamento às Cegas prova que aparências importam bem mais do que deveriam
Comportamento
Casamento às Cegas prova que aparências importam bem mais do que deveriam
Ainda e de diferentes maneiras. A conclusão? O amor não é cego, mas com toda certeza ele é ingênuo

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.