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Brasil teria sido pioneiro na vacinação, se não fosse Governo Bolsonaro

Diretor do Instituto Butantan disse que o governo impossibilitou a entrega de pelo menos 100 milhões de doses de vacina contra a Covid-19

Por Isabella Otto Atualizado em 27 Maio 2021, 15h53 - Publicado em 27 Maio 2021, 15h48

Em depoimento dado à CPI da Covid nesta quinta-feira, 27, Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, lamentou que o Brasil poderia ter sido o 1ª país do globo a iniciar a campanha de vacinação contra a Covid-19, se não fossem atitudes tomadas pelo Governo Bolsonaro, que impossibilitaram tal façanha.

imagem de jair bolsonaro rindo da cara das pessoas, bem irônico
Andressa Anholete/Getty Images

Covas explicou que falas de Jair Bolsonaro foram responsáveis por paralisar as negociações da CoronaVac por cerca de três meses. Além disso, como pontuaram em audiências anteriores, muitas negociações, em especial com a Pfizer, ficaram paradas por uma falta de resposta do governo.

O diretor do Butantan afirmou que, se não fosse tudo isso, o instituto, em parceria com o laboratório chinês Sinovac, teria entregado 100 milhões de doses do imunizante até maio deste ano. Dimas também garantiu que falas de Bolsonaro e sua família sobre a China dificultaram o envio de insumos, consequentemente atrasando a vacinação em todo o país.

 

“Não precisa dizer que tem problema de relacionamento. Isso é senso comum. Quer dizer, cada declaração que ocorre aqui no Brasil repercute na imprensa da China. As pessoas da China têm grande orgulho da contribuição que a China dá ao mundo neste momento. Então, obviamente isso se reflete nas dificuldades burocráticas, que eram normalmente resolvidas em 15 dias, e hoje demoram mais de mês para serem resolvidas”, declarou em audiência.

Para a CPI, Dimas Covas também desmentiu fala de Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, de que não teria recebido ordens para não comprar a CoronaVac. O diretor do Butantan atesta o contrário: “Todas essas negociações que ocorriam com troca de equipes técnicas, com troca de documentos, a partir desse momento elas foram suspensas. Quer dizer, houve, no dia 19, um dia antes da reunião com o ministro, um documento do ministério que era um compromisso de incorporação, mas, após, esse compromisso ficou em suspenso e, de fato, só foi concretizado em 7 de janeiro“, entregou.

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