Brasil elege o triplo de transexuais e travestis, em comparação a 2016
Neste ano, fora os 25 candidatos eleitos, 176 ficaram como suplentes; Thammy Miranda e Erika Hilton são alguns dos nomes de destaque em São Paulo
No último domingo, 15, a população brasileira elegeu 25 candidatos transexuais e travestis como vereadores em 18 cidades do país. O número é três vezes maior em comparação ao da eleição de 2016, em que, de acordo com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), apenas oito candidatos foram eleitos.
Segundo levantamento feito pelo UOL, com base em dados da Antra, 323 transexuais ou travestis se candidataram em 2020, número 263% maior do que o das últimas eleições. Fora os 25 candidatos eleitos, 176 ficaram como suplentes. Em São Paulo, Thammy Miranda, homem trans, e Erika Hilton, mulher trans, foram eleitos vereadores, sendo esta a primeira vez em que uma mulher negra trans é eleita na capital paulista. Um marco! “Venho de uma trajetória repleta de ódio e de negações. Quando chego neste espaço, já é algum tipo de ascensão”, disse Hilton, que recebeu mais de 50 mil votos, se referindo à Assembleia Legislativa de São Paulo.
Em Belo Horizonte, foi a vez da professora trans Duda Salbert, da bissexual Iza Lourença, e da mulher lésbica Bella Gonçalves serem eleitas. Já no Rio de Janeiro, Monica Benício, viúva de Marielle Franco, foi escolhida como uma dos 55 vereadores da cidade.
“A Câmara Municipal terá uma vereadora assumidamente lésbica! Agradeço imensamente aas mais de 22 mil pessoas que votaram por um futuro mandato feminista e antifascista para a Câmara Municipal do Rio!”, disse Monica em suas redes sociais.
Apesar de ainda ser uma parcela pequena do total, esse crescimento reflete uma maior representatividade e mostra que política não é mais coisa de homem hétero, cis, branco e rico.