Brasil é o 2º país com mais jovens fora da escola e do mercado de trabalho
Mais de 35% dos brasileiros entre 18 e 24 anos não trabalham nem estudam; índice alerta sobre desemprego e desigualdades sociais no país
É normalmente entre os 18 e 24 anos que o jovem é inserido no mercado de trabalho, seja ingressando em uma graduação, em um emprego ou em ambos. Acontece que, no Brasil, mais de 35% dessa galera não consegue fazer nem um nem outro. Isso coloca o país como o 2º do globo com o maior índice de jovens longe dos estudos e desempregados.
Esses dados foram obtidos pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), uma entidade cujo os membros se comprometem com o cumprimento de boas práticas para o funcionamento de seus governos e economias. Ainda segundo o relatório, 5,1% dos jovens brasileiros se encontram nessa situação há mais de um ano.
Tudo isso mostra como essa população carece cada vez mais de oportunidades e sofre com a exclusão, o que deixa o mercado de trabalho ainda mais inacessível e pouco representativo, escancarando também um problemão chamado evasão escolar.
De acordo com análise da OCDE, esse grupo específico de jovens deveria preocupar o governo, pois “alerta para uma situação negativa de desemprego e desigualdades sociais” no país.
Se liga nesses outros dados do relatório que merecem atenção:
- a média mundial de desemprego juvenil é de 16,9%, de acordo com a Organização Internacional do Trabalho;
- no Brasil, 23% dos jovens de 15 a 24 anos não trabalham nem estudam;
- só 33% dos jovens que entram na graduação conseguem terminar no tempo previsto;
- 49% desse grupo termina os estudos depois de 3 anos do tempo estimado e o restante na maior parte das vezes nem chega a concluir os estudos.
A titulo de esclarecimento, foram avaliados os 38 países membros da OCDE, e os dados do Brasil, Argentina, China, Índia, Indonésia, Arábia Saudita e África do Sul. O Brasil só teve um resultado menor do que o da África do Sul, que tem a portagem de 42,2% de jovens fora da escola e do mercado de trabalho. A holanda mostrou o melhor desempenho, com um índice de 4,6%.
“É essencial que os países tenham políticas para prevenir que os jovens se tornem parte desse grupo ou que busquem ajudá-los a encontrar um emprego ou voltem a estudar”, avalia a organização.