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Bolsonaro diz querer paz, mas ameaça usar Forças Armadas pra conquistá-la

Presidente da República disse que "liberdade do país está na mão dos militares" e que Brasil deve "voltar à normalidade", independentemente da Covid

Por Isabella Otto 27 Maio 2021, 19h03

Em mais um discurso, desta vez realizado durante almoço em quartel de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, Jair Bolsonaro alertou nas entrelinhas que pretende usar as Forças Armadas caso seja necessário, principalmente se o país não voltar à normalidade, segundo ele. Ou seja, independentemente da pandemia de coronavírus, não acabar com as medidas restritivas.

Jair Bolsonaro fazendo arma com a mão
Agência Câmara/Reprodução

“Mais do que obrigação e dever, tenho certeza que vocês agirão dentro das quatro linhas da Constituição, se necessário for. Espero que não seja necessário, que a gente parta para normalidade. Não estamos nela ainda, estamos longe dela. Mas ninguém pode acusar o atual presidente de ser uma pessoa que não seja democrática que não respeita as leis e que não haja dentro da Constituição”, falou.

 

O presidente da República também reforçou sua fé nas Forças Armadas ao dizer que a liberdade do país está na mão dos militares. Ele disse isso ao se referir às eleições de 2022, que já causam bastante polarização, isso porque o principal adversário de Bolsonaro é Lula. “Na política estamos polarizados. Cada um pode fazer o seu juízo sobre quem é o melhor ou o menos ruim. Mas eu duvido que, no fundo, quem porventura fizer uma análise do que aconteceu no Brasil nos últimos 20 anos, que essa pessoa erre no ano que vem. O que queremos é paz, queremos progresso e, acima de tudo, liberdade. A gente sabe que esse último desejo passa por vocês. Vocês que decidem em qualquer lugar do mundo como aquele povo vai viver”, ameaçou.

Bolsonaro se encontra no município do Amazonas para inaugurar oficialmente uma ponte no rio igarapé Ya-Mirim, construída pelo Exército. Importante retomar a análise de que, antes de ser eleito presidente, em 2018, Jair Bolsonaro foi deputado pelo Rio de Janeiro e, em 27 anos, teve dois projetos aprovados.

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