Bolsonaro diz que governo deve reduzir investimentos em cursos de Humanas
'Pode estudar filosofia? Pode, com dinheiro próprio', disse o novo ministro da educação do Brasil.
Na manhã desta sexta-feira, 26, através do Twitter, Jair Bolsonaro declarou que o Ministério da Educação está estudando “descentralizar investimento” de faculdades de humanas, como filosofia e sociologia. Segundo ele, o objetivo do governo é focar em áreas que “gerem retorno imediato ao contribuinte”, como os cursos de veterinária, engenharia e medicina. Ou seja, faculdades das áreas Biológicas e Exatas.
Essa retirada de investimento em faculdades de humanas seria, de acordo com o presidente, para “respeitar o dinheiro do contribuinte”. Bolsonaro também declarou que a função do governo é ensinar a leitura, escrita e cálculos aos jovens. E, depois, um “ofício que gere renda para a pessoa e bem-estar para a família, que melhore a sociedade em sua volta”.
A função do governo é respeitar o dinheiro do contribuinte, ensinando para os jovens a leitura, escrita e a fazer conta e depois um ofício que gere renda para a pessoa e bem-estar para a família, que melhore a sociedade em sua volta.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) April 26, 2019
O assunto também foi tratado na última quinta, durante uma transmissão ao vivo na página de Bolsonaro no Facebook, com a presença do ministro da Educação, Abraham Weintraub. Na live, o ministro usou um exemplo do Japão para justificar a mudança na distribuição de recursos de educação. “Japão está tirando dinheiro público do pagamento de imposto de faculdades que são tidas como para uma pessoa que já é muito rica ou de elite, como filosofia”, afirmou. Para ele, o ideal seria investir dinheiro em faculdades que gerem “retorno”. “Pode estudar filosofia? Pode, com dinheiro próprio”, Abraham disse.
De acordo com o ministro, alunos que já estão matriculados nas faculdades dos cursos citados não serão prejudicados.
O mais difícil de acreditar nessa história toda é que os cursos de humanas, especialmente filosofia e sociologia, ainda são vistos como profissões “sem retorno”. O velho “isso não dá futuro” que tantas pessoas dessas áreas já ouviram. Que inocência do nosso governo achar que todo mundo que estuda humanas tem dinheiro próprio pra pagar uma faculdade, hein? Sem contar a desvalorização dos cursos de Humanas, muitos já com tanto descrédito no mercado, incitada com tal decisão…