Oi, galera! No último dia 17 foi comemorado o Dia Internacional da Luta contra a LGBTfobia. A razão da escolha dessa data é porque, nesse mesmo dia, em 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) deixou de considerar a homossexualidade como doença.
Como continuamos no mês dessa data tão importante, eu, Letícia Lair, decidi ouvir a opinião de duas amigas, uma homossexual e a outra bissexual, e dividi-la com vocês.
1. Carolina Rouças, 17 anos, homossexual
“O dia 17 de maio representa uma das vitórias que conquistamos, mesmo que, em um país onde um homossexual é morto a cada 25 horas, seja difícil falar sobre vitórias. A data faz com que eu me sinta válida, mas também me lembra do longo caminho que temos que percorrer. Tenho certeza que muitos se identificam com essa afirmação, já que não ser considerado doente é um ‘avanço’ e, ao mesmo tempo, o mínimo que deveria ser dado. Muitas pessoas ainda concordam com o passado, afirmando que somos doentes e até sugerindo diversos tipos de tratamento, como ‘cura gay’, que vão desde métodos religiosos até médicos reais que se declaram capazes de ‘nos curar’. Mesmo com todas as dificuldades, a comunidade LGBT não desiste e se une cada vez mais contra a verdadeira doença: a homofobia. Já cheguei a dizer que mudaria algo em mim, mas hoje vejo que só tenho que ter orgulho de quem e como sou, pois só assim (sendo minha própria amiga) ninguém poderá de fato me afetar. Por fim, o dia 17 de maio é dia de recordar, refletir e, principalmente, de se orgulhar.”
2. Maria Júlia Siqueira, 17 anos, bissexual
“Para mim, esse dia é muito importante para gerar visibilidade e também para causar união dentro da comunidade LGBT. Ao mesmo tempo em que eu sinto que é um dia muito bom e que me dá forças, é triste a necessidade da existência dele: ainda precisar lutar contra a LGBTfobia. Por mais que a causa LGBT já tenha evoluído bastante, ainda é muito perigoso ser LGBT no Brasil por conta de casos como o da Matheusa Passarelli, que foi morta recentemente. Mas, falando por mim, é um dia em que eu realmente me sinto levada a sério, porque ser uma mulher bissexual é algo muito difícil, já que há uma grande diferença entre a forma como olham para uma mulher e um homem bissexual. Muitos sexualizam ou levam a relação entre duas mulheres como brincadeira. Então, fico triste por esse dia ter que existir, mas fico feliz por me sentir parte disso. Algo que só senti em poucas ocasiões, como na Parada Gay.”
De acordo com o Grupo Gay da Bahia (GGB), 445 LGBTs foram assassinados pela LGBTfobia no Brasil, em 2017. Além disso, o nosso país também é o que mais mata transsexuais, de acordo com a ONG Transgender Europe (TGEu).
Ainda é necessário que tenha muita luta do movimento LGBT, tendo em vista que o Brasil está muito longe do ideal. Mas datas como o Dia Internacional da Luta contra a LGBTfobia ajudam a trazer esperança em um futuro melhor.
Beijos,
@leticialair