Olá! Aqui é a Gyovanna Cabral e hoje quero falar sobre slam. Você sabe o que é? Slam, ou poetry slam, é uma competição de poesia, geralmente de afronta, que mostra várias realidades diferentes e tem seus juízes escolhidos na hora. São várias competições em diferentes lugares. Os vencedores entram para o slam estadual, que depois entra para o Slam Brasil e pode até competir na França, no mundial.
A poesia dá muita oportunidade para desabafar e tirar pessoas do crime, fazendo-as “subir na vida” e ver que há outros caminhos. Isso é o que é mais mágico. Tem coisas que só saem da gente escrevendo. E poder estar em uma roda, gritando sobre isso com várias pessoas que te entendem e te passam uma energia maravilhosa, é mágico.
Eu participo de rodas de slams faz um tempinho e eu percebi uma coisa: homens se incomodam com mulheres competindo. Uma vez eu estava recitando sobre machismo e aí, no final da apresentação, um homem cumprimentou todos os poetas e passou direto por mim com cara feia (eu era a única mulher e fui a única pessoa que ele ignorou). Pois é, nem sempre consigo ter voz no lugar que me sinto mais confortável para falar. E, é claro, já esbarrei com muito macho nos slams que banalizam o feminismo e acham que minhas pautas sobre assédio e machismo não são importantes.
Mulheres escritoras muitas vezes são mal encaradas por ter um certo tabu de que mulheres só escrevem sobre amor e desamor. E muitas vezes isso tem que girar em torno de um homem, já que o amor entre duas mulheres não é tão aceito, enquanto duas mulheres se beijando é… Mas a erotização feminina não é assunto para esse texto.
Acontece que isso ocorre com muitas mulheres. O rap é masculino, a poesia de afronta é masculina e mulher, para eles, só serve para escrever sobre amor. Isso dói porque merecemos visibilidade. Eu quero estar batalhando ao lado de um homem e quero ser reconhecida. Quantos slams eu já fui em que TODAS as mulheres, mesmo recebendo nota alta, foram desclassificadas na primeira rodada? É um assunto muito delicado, porque nunca sabemos quando somos desclassificadas por não sermos boas ou porque alguém acha que não somos capazes. Eu aprendi que escrevendo poesias de slam eu nunca poderia ser apenas boa; tinha que ser a melhor, se não eu não passava nem da primeira fase.
Mas, felizmente, hoje nós temos o Slam das Minas e outros saraus dedicados a dar voz a mulher, então não precisamos nos sentirmos deslocadas. Vou fazer uma listinha com alguns slams que conheço para vocês seguirem e colocar para fora um pouco de sentimento. Olha só:
São Paulo:
Slam das Minas SP
Slam do grito
Slam Resistência
Rio de Janeiro:
Slam das Minas RJ
Slam Poético
Slam nós da rua
Bahia:
Slam das Minas BA
Slam da onça
Minas Gerais:
Slam clube da luta
E você, tem alguma coisa pra falar? Já foi em algum slam? Conta pra gente!
Beijos,
@poesiade1minuto