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Blog da Galera: 6 mulheres poderosas por trás da ciência

Maria Joana, da Galera CH, conta a história de mulheres que fizeram muita diferença no desenvolvimento científico da humanidade

Por Blog da Galera 8 mar 2024, 19h13
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Barbara Marcantonio/CAPRICHO

Durante a história, diversas mulheres tiveram suas histórias escondidas por trás de homens com mais poder e influência, principalmente no ramo da ciência. Por isso, neste Dia Internacional da Mulher, escrevi sobre seis mulheres que fizeram muita diferença no desenvolvimento científico da humanidade e merecem ser reconhecidas por isso. Te garanto que elas vão te inspirar – confira!

Ada Lovelace

Augusta Ada Byron, filha do poeta inglês Lord Byron e da matemática, aristocrata e ativista Annabella Milbanke, foi a matemática considerada a primeira programadora da história. Seus pais se separaram logo após seu nascimento, sem que ela nem conhecesse sua figura paterna. Apesar disso, sua mãe investiu em seus ensinos de matemática para que a filha não seguisse o exemplo do pai e se tornasse poeta.

Ada teve sua vida marcada quando em 1833 conheceu o matemático e cientista Charles Babbage, o “pai do computador”. Ela se interessou por um conceito de seu dispositivo mecânico que buscava calcular valores de funções quadráticas através de somas e subtrações. Anos depois, já casada e após uma pausa em seus estudos, Ada se propôs a traduzir e analisar as anotações do cientista Luigi Menabrea sobre uma palestra de Babbage em relação à sua invenção da máquina analítica.

A matemática não só traduziu o trabalho, como também realizou novas anotações sobre eles e entre elas, previu o funcionamento das inteligências artificiais, observando que os computadores poderiam estabelecer informações através de conhecimento prévio, sem serem realmente inteligentes. Ada também desenvolveu anotações sobre algoritmos, com base nos números de Bernoulli, desenvolvendo seu primeiro aos 27 anos.

Caroline Herschel

Caroline, alemã nascida em março de 1750, foi astrônoma e a primeira mulher a receber pagamentos para realizar pesquisas astronômicas e receber uma posição do governo na Inglaterra. Aos 10 anos, a cientista sofreu de Tifo, doença grave causada pela por uma bactéria, que deixou a sequela de alcançar apenas 1,30m na vida adulta. Devido à condição, seus pais se preocuparam que ela não encontrasse um marido e a educaram para se tornar uma boa governanta no futuro. Quando adulta, mudou-se para a Inglaterra com seu irmão William, que trabalhava inicialmente como músico, até que se interessou pela astronomia e mudou de carreira com o apoio da irmã.

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Assim, William foi contratado para a função de astrônomo oficial pelo então rei George III, com Caroline como sua assistente, cargo onde realizou suas maiores contribuições científicas. Suas maiores descobertas foram a da existência de uma galáxia elíptica, do cometa 35P/Herschel-Rigollet e do planeta Urano, a qual foi atribuída a William, mas teve grande participação de Caroline; e elaborou a atualização do catálogo estelar, adicionando mais 560 estrelas e 2500 nebulosas descobertas junto ao seu irmão.

A cientista foi devidamente premiada durante sua vida e abriu portas para que as mulheres pudessem ser reconhecidas por seus trabalhos na área da astronomia.

Marie Curie

A polonesa Maria Salomea Skłodowska, conhecida como Marie Curie, nome que adotou quando se mudou para a França, foi a primeira mulher a ganhar um prêmio Nobel e a única a ganhar dois diferentes.

Desde cedo sua educação foi valorizada por sua família, colaborando para que posteriormente se formasse em física e matemática na universidade de Sorbonne. Marie casou-se com o professor Pierre Curie e começou seus estudos sobre as radiações emitidas pelo Urânio, sendo responsável pela criação do termo radioatividade. Ela defendeu sua tese de doutorado com o tema “Pesquisa de substâncias radioativas” tendo seu trabalho considerado a maior contribuição científica em uma tese de doutorado.

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Em 1903 Marie, Pierre e o também cientista Henri Becquerel foram premiados com o Nobel de Física, tornando Marie Curie a primeira mulher a ser congratulada com o prêmio. Oito anos depois, ela foi premiada novamente, dessa vez com o Nobel de Química devido à descoberta de dois elementos ainda mais radioativos do que o urânio: o polônio e o rádio. Por meio dos conhecimentos de Marie, foi possível estabelecer diversos tratamentos a base de radiação, tais como os raios-x, essenciais durante a primeira guerra, além da radiação utilizada no tratamento do câncer.

Hipátia de Alexandria

Hipátia nasceu por volta de 355, filha de Theon, professor, matemático, astrônomo e filósofo, e é considerada a primeira matemática da história. Ela estudou religião, astronomia, artes, poesia e ciências exatas, frequentando a Academia de Alexandria e uma escola neoplatônica em Atenas. Durante seu período de estudos desenvolveu diversos trabalhos matemáticos, medicinais e sobre outras ciências. Voltando ao Egito, tornou-se professora de filosofia e matemática e posteriormente diretora da Academia de Alexandria. A matemática facilitou a compreensão de diversas notações matemáticas, além de disseminar seus conhecimentos por meio de suas aulas.

Infelizmente, grande parte da informação sobre sua história foi perdida com o tempo, e suas obras foram destruídas junto de muitas outras com o ataque à biblioteca de Alexandria. Sua morte violenta foi resultado de um longo período de perseguições, dadas principalmente pela acusação de que possuía sentimentos anticristãos, uma vez que defendia o racionalismo científico. Apesar das acusações, documentos afirmam que Hipátia lecionava a pessoas de diversas religiões, inclusive cristãos e tratava a todos igualmente.

Rosalind Franklin

Nascida em Londres no ano de 1920, Rosalind foi a cientista responsável por uma enorme contribuição no conhecimento da estrutura genética por meio da descoberta da dupla hélice na fita do DNA. A britânica se formou em Ciências da Natureza em 1941, posteriormente adquiriu um Ph.D, com sua pesquisa sobre a porosidade do carvão (que era um tópico extremamente relevante para a Inglaterra naquele período), levando-a a explorar o estudo de diversas outras estruturas moleculares.        

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Durante suas análises no laboratório de biofísica da King ‘s College, a cientista com a ajuda de um aluno percebeu que havia na verdade duas formas na molécula de DNA, o que pôde ser fotografado através do conhecimento da cristalografia e manipulação de raios-x.

A descoberta da estrutura do DNA foi atribuída a James Watson, Maurice Wilkins e Francis Crick, que utilizaram a descoberta de Rosalind Franklin de forma essencial nos seus estudos, omitindo a participação da cientista no trabalho. Assim, apesar de tão significativa, tal contribuição só pode ser vangloriada porque ao escrever sua autobiografia, James Watson mencionou a postura da mulher como sendo “agressiva”, detalhando também sua contribuição com a fotografia do DNA que foi essencial para o conhecimento da forma helicoidal da molécula.

Katherine Johnson        

Katherine nasceu na Virgínia Ocidental em 1918 e se tornou um dos nomes mais imponentes quando falamos de mulheres cientistas, uma vez que fez cálculos fundamentais para o lançamento do Apollo-11.

Ela sempre pensou que seria professora ou enfermeira, mas ao conhecer o professor e matemático mW. W. Schieffelin Claytor, seus horizontes se expandiram e ela decidiu que se tornaria pesquisadora na área da matemática. Assim, com a abertura de vagas para mulheres afro-americanas, Katherine começou a trabalhar na Nasa como computador humano.        

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Com o passar do tempo, Katherine queria saber cada vez mais sobre seu trabalho, sendo então incluída nas reuniões depois de perguntar se existiria alguma lei que proibisse as mulheres de assistir a elas. Devido a sua habilidade com cálculos de geometria complexa, Jonhson foi transferida para o projeto Mercury. Com o sucesso do cálculo da janela de lançamento, ela fez boa parte dos cálculos para o lançamento da primeira missão tripulada à lua, que levou os astronautas para a lua e de volta à terra com segurança devido à precisão da matemática.        

Seu trabalho foi reconhecido pelo governo dos Estados Unidos em 2015 ao receber a Presidential Medal of Freedom, das mãos de Barack Obama. No ano seguinte a Nasa inaugurou um centro de pesquisa com seu nome e no mesmo ano o filme Estrelas Além do Tempo foi lançado contando sua história, a de Mary Jackson e Dorothy Vaughan na jornada como mulheres afro-americanas trabalhando na Nasa.

 

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