Cá estou eu, Aniké Pellegrini, mais uma vez trazendo uma matéria muito especial. Vim falar sobre três projetos incríveis que merecem mais reconhecimento do que eles têm e que deveriam ser mais valorizados por tratarem sobre representatividade.
A representatividade negra é muito importante, tanto para a geração atual quanto para as futuras, o que me faz valorizar e querer compartilhar cada vez mais projetos, pessoas e marcas compatíveis a esse padrão. Os três grupos que eu trouxe para essa matéria se encaixam nessa definição e trazem referências e inspirações que combinam comigo, da mesma forma que podem combinar com vocês.
Os três projetos independentes criados e comandados por negros brasileiros são: Estaremos Lá, D-Cria e Versvlity Squad. Todos os grupos possuem números altos nas estatísticas do Instagram, mas são mais restritos aos que realmente os conhecem. Quando eu menciono os coletivos em uma roda de conversa com familiares e amigos, raramente alguém associa a cara ao nome. Por isso, decidi falar um pouco sobre cada um deles, com a ajuda dos representantes.
1. ESTAREMOS LÁ (@estaremosla)
O projeto é de quatro protagonistas negras que são amigas há seis anos: Beatrice Oliveira, Carol Silvano, Samantha Cristina e Stella Yeshua. Como elas mesmas gostam de dizer, o coletivo é “uma ouvidoria digital”. Uma ponte que potencializa a voz negra e incentiva seu público a sonhar grande, além de realizar.
Aniké: Como o projeto começou?
Estaremos Lá: O projeto se iniciou em 2016, logo depois de termos passado por um episódio de racismo. No dia, uma senhora branca se distraiu e algumas coisas que ela estava carregando caíram. A Stella a perguntou se estava tudo bem e se precisava de ajuda, ela olhou pra nós e respondeu: comigo está tudo bem, eu preciso que você limpe ali! Ficamos indignadas porque aquela senhora achava que nós trabalhávamos ali, na área de limpeza do shopping. Decidimos fazer um vídeo sobre a situação, de forma bem sarcástica, encenando. O vídeo rerpercutiu e a galera se identificou com a nossa fala, nossa imagem e com a forma que lidamos, até porque não dá mais para apenas lamentar! Todos os dias alguém sofre racismo. A partir daí, ganhamos visibilidade e decidimos formar o Coletivo Estaremos Lá.
2. D-CRIA (@1993agosto)
O projeto foi idealizado pelo fotógrafo Marcelo Moraes e é o mais recente entre os coletivos da lista. O objetivo é enaltecer os que estão movimentando a cena da arte em Belford Roxo, no Rio de Janeiro, aproveitando elementos locais como a laje, onde o primeiro vídeo foi gravado. Confira:
Aniké: Qual é a origem do projeto?
Marcelo: Eu sou de Belford e minhas conexões nunca vieram de baixada. Eu tive que migrar para outro estado (São Paulo) para estabelecer contatos e também para aumentar meu alcance, por isso depois que consegui a atenção de uma galera que não olharia pra baixada com os mesmos olhos, vim enaltecer e realizar algo junto com os criadores que trabalham da arte, também de Belford Roxo, pelo Editorial D-CRIA.
3. VERSVLITY SQUAD (@versvlitysquadoficial)
O que começou como um grupo de amigos que fotogravam uns aos outros, sem nenhuma ambição de crescimento ou visibilidade, acabou recebendo um alcance inesperado e surpreendente. O projeto passou a ser procurado por pessoas interessadas em participar do grupo, iniciando o coletivo de modelos Versvlity Squad.
https://www.instagram.com/p/BinUfuvgFAe/?taken-by=versvlitysquadoficial
Aniké: Qual é o objetivo do coletivo?
Alysson: Além de buscarmos destacar cada integrante, focamos na captação e capacitação de modelos negros e divulgamos o quão lindo e diversificado é o nosso povo. De costume, no processo fotográfico, realizados pela Kamila Oliveira e pela produtora Start Point, trabalhamos a autoestima de cada componente. O grupo se reúne a cada dois meses e para participar, basta entrar em contato. Os ensaios realizados ficam sempre disponíveis na página de Instagram do grupo, que acaba funcionando como portfólio do grupo.
Beijos,
@keke_bp
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