Autocobrança: o preço de poder ganhar o mundo, mas perder a si mesma
O excesso de autocrítica, que aumentou durante a pandemia, causa um desgaste emocional enorme
Olá, queridos leitores! Como vocês estão? Quem fala aqui é a Antonela e hoje quero falar sobre um assunto que mexe muito comigo e que aumentou durante a quarentena: a cobrança excessiva que eu tenho comigo mesma. Com certeza, você já deve ter passado por alguma situação que deveria ter levado com mais leveza ou até mesmo não ter dado tanta importância, mas fez justamente o contrário. Para mim, aceitar o imperfeito é uma tarefa e tanto!
Claro que não é de uma hora para outra que a cobrança vai diminuir, tão menos existe uma fórmula mágica que gire uma chavinha e todos os seus problemas são enfim solucionados. Com um passo de cada vez, podemos melhorar e ter uma melhor saúde mental.
O desgaste enorme que a autocrítica causa
Desde sempre fui uma pessoa responsável, porém, com o tempo, isso parou de ser uma coisa positiva, que fazia eu me superar, e começou a me afetar. Eu sempre me autocobrava para ser a melhor aluna, a melhor dançarina, a melhor nadadora, a melhor atriz, a melhor filha, e por aí vai. Por um bom tempo eu dei conta e meus pais nunca cobraram de mim mais do que o necessário. Fato é que eu me desdobrava para dar sempre 1000% de mim, sabe?
Com o tempo, fui percebendo que a cobrança me causava um desgaste emocional enorme. Assim mesmo, eu continuava, porque eu estava conseguindo atingir meus objetivos. Até eu pegar minha primeira recuperação na escola. Foi o fim do mundo! Se quando eu tirava uma nota abaixo de 8 já era péssimo, tirar uma nota abaixo de 5 nem se fala! Foi como se toda minha vida acadêmica não tivesse acontecido e, mesmo com inúmeras notas 10, eu fosse uma farsa. Claro, era uma coisa para eu trabalhar, não era cobrança das pessoas à minha volta, afinal, eu ainda estava me acostumando com uma nova escola e com o ensino médio, porém, me decepcionei, não atingi o meu objetivo, mas só porque eu estava me cobrando mais do que eu dava conta.
A pior coisa da autocrítica excessiva é que você acaba se cobrando mais ainda quando não consegue atingir sua meta. No meu caso, foi uma nota de escola, mas poderia ser qualquer coisa, e, se não conversamos sobre isso, acabamos sofrendo sozinhas por não conseguir lidar com nossas falhas, já que elas não condizem com as próprias expectativas.
Indo para uma parte mais clínica, caso a pessoa não procure ajuda, pode desencadear outros transtornos, como depressão, ansiedade, distúrbios alimentares e problemas com autoestima. Por isso, caso você esteja se pressionando demais e isso não estiver te fazendo bem, fale com alguém de sua confiança, procure um profissional e/ou converse consigo mesma, escreva uma carta, mande um áudio, um inbox do Instagram.
Com o dia a dia e as cobranças do mundo, acaba que nossa ansiedade, autocobrança e nossas fragilidades se tornam enormes e, no fim, nossos maiores inimigos somos nós mesmas. A pessoa que se cobra demais pode ganhar o mundo, ter muito sucesso, ainda assim, perderá a si mesma e uma única falha pode ser sua queda.
Eu sei que não é de uma hora para outra que nós, autocríticas, conseguimos levar a vida com mais leveza. Entretanto, tenho certeza de que, com um passo de cada vez, será mais fácil lidar com nossa frustração. Que possamos ser menos cruéis com nós mesmas!
Encerro meu texto por aqui sabendo que ele não está perfeito, mas tentando não colocar tanta pressão em mim mesma.
Espero que você fiquem bem,
@antonela_af