Vira e mexe, um vídeo sobre relacionamento viraliza nas redes sociais. Cheias de convicção, as pessoas estabelecem desde regras a serem seguidas em um date até uma lista de sinais de que seu namorado ou sua namorada está te traindo. O problema é que um conteúdo desse, que é vendido, muitas vezes, como dica e ajuda, acaba deixando muita gente insegura e ansiosa. Isso porque experiências pessoais acabam virando verdades absolutas no TikTok, aí o que não está de acordo com isso é visto como errado.
A psicóloga e especialista em medicina comportamental Carina Pirró diz que generalizar pode ser uma forma de se proteger. “Se uma pessoa foi traída em dois relacionamentos seguidos, por exemplo, ela não fala que os dois homens com quem se relacionou não prestam, mas que todos os homens não prestam. Como ela não quer viver aquela dor de novo, então a mente generaliza para se proteger”, explica.
Situações como essa coloca todo mundo na mesma categoria, assim a solução é a mesma para geral e as pessoas se sentem capazes de dizer exatamente o que você deve ou não fazer. E não é bem assim. Cada história é única e cada casal é diferente. Não há problema em pegar dicas com outras pessoas nas redes sociais, desde que tenha em mente isso e saiba ver o que encaixa na sua realidade ou não, tá?
@avelaeve Gente é so minha opinião ta #namorado #historytime #historias #historiadeescola #namoro #relacionamento
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Cuidado com os “especialistas em relacionamento”
Com a repercussão que dá o tema e o grande público que tem alguma dor emocional em relação ao amor, muitas pessoas perceberam que falar de relacionamento é um nicho favorável. “Hoje, é muito fácil fazer um curso de marketing para saber a forma de falar para fisgar a atenção das pessoas”, observa Carina.
Ela diz que muitas pessoas que se autointitulam especialistas ou terapeutas em relacionamento transformaram suas próprias dores em material para criar conteúdo e vender cursos. Como se já ter passado por uma situação difícil e ter superado te tornasse, automaticamente, um especialista nisso. “Esse pensamento é totalmente o oposto do que a psicologia prega. Afinal, cada caso é um caso”, diz Carina, que alerta para não basear credibilidade de um profissional de saúde mental em seu número de seguidores.
Neste outro texto, falamos mais sobre como verificar a seriedade de um profissional de saúde mental nas redes sociais.
Por fim, o conselho da psicóloga é sempre que se deparar com um vídeo que tem teorias e regras de comportamento se perguntar: Quem é essa pessoa que está com você? De onde ela tirou esse conhecimento? Isso não é uma experiência pessoal dela? Vale para mim?
Nas redes sociais, tem muitas dicas e discussões interessantes e necessárias. Só cabe a nós saber filtrar as informações e sempre ter um olhar atento, combinado?