Enquanto algumas regiões da Amazônia estão sofrendo queimadas desde o início do mês passado, uma das principais preocupações dos pesquisadores era o estado da árvore que recebeu o título de mais alta do Brasil. Com 88 metros, algo equivalente a um prédio de 24 andares, a altura da árvore é um grande recorde para a Amazônia – por isso, possui a urgência de ser preservada.
Uma equipe composta por pesquisadores de diferentes países, moradores locais, bombeiros e um escalador viajou cerca de 220 quilômetros de barco e mais 10 a pé até encontrar a árvore da espécie Dinizia excelsa, também chamada de Angelim Vermelho. Ela fica localizada dentro de uma unidade de conservação estadual de uso sustentável, a Floresta Estadual do Parú, no Pará.
De acordo com a equipe, a árvore gigante está segura e longe das queimadas, por enquanto. “O risco [de queimada] é praticamente zero. A região é muito remota, distante de qualquer concentração humana, a mais próxima está a 220 quilômetros“, explica o professor Eric Bastos Gorgens, coordenador da missão.
Além disso, a árvore também está em uma região cerca pelos rios Parú e Jari. Ou seja, ela fica em uma área de difícil acesso que não atrai muitos madeireiros e agropecuaristas.
Na Amazônia, existem sete regiões com árvores gigantes, sendo que todas possuem altura superior a 80 metros – algo considerado muito raro. Até pouco tempo atrás, não havia nenhum registro de uma árvore na região que tivesse mais de 70 metros. Para a ciência, isso significa que ainda há muito o que ser descoberto na Amazônia e, por isso, a preservação do meio ambiente deve ser colocada como prioridade.