Amazônia: 95% das espécies foram afetadas pelas queimadas dos últimos anos
O pior cenário se encontra no Arco do Desmatamento. Todo ano, o Brasil queima uma área da Amazônia legal maior que toda a Inglaterra
Neste quarta-feira (1/9), a revista científica Nature divulgou um estudo que mostra que 95,5% das espécies de fauna e flora da Amazônia foram diretamente impactadas pelas queimadas dos últimos 20 anos.
Dentre os números chocantes, temos:
- 82,5% do habitat de animais e plantas ameaçados de extinção foram afetados, contra 64% do habitat de animais e plantas ainda não ameaçados de extinção;
- 53 das 55 espécies de mamíferos ameaçadas de extinção foram afetadas, assim como 95 das 107 espécies de anfíbios, 5 das 9 de répteis e 236 das 264 de plantas, todas já ameaças de extinção.
Um total de 190 mil km² da floresta (aproximadamente 20 mil campos de futebol), conhecida como “o pulmão do mundo”, sofreram com os incêndios que ocorreram de 2001 a 2019, tendo eles se tornado cada ano mais intensos por questões ligadas às mudanças climáticas.
+: “O governo está mentindo”, garante biólogo sobre os incêndios no Pantanal
Em agosto, outro estudo, realizado pelo MapBiomas, divulgou dados assustadores: todo ano, desde 1985, o Brasil queima uma área maior que a Inglaterra da Amazônia Legal (que engloba os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão, e corresponde a 59% do território brasileiro).
O pior cenário se encontra no chamado Arco do Desmatamento, região de 500 mil km², do leste e sul do Pará ao oeste, passando por Mato Grosso, Rondônia e Acre. Esses quatro estados registram mais de 80% do desmatamento amazônico.
A revista Nature fez questão de salientar que grande parte dos focos de incêndio é iniciado por ações humanas, como a utilização de fogo para limpeza de pastagens. O clima e os ventos secos só fazem com que as queimadas se alastrem mais rapidamente.