Foi no último sábado (20) que a vida de Tayane Caldas, de 18 anos, mudou para sempre. Ela teve o rosto tatuado pelo ex-namorado, Gabriel Coellho, de 20 anos, que escreveu o nome dele na bochecha direita da jovem. Gabriel já tinha feito a mesma coisa, só que tatuando a virilha e os seios da garota.
Em entrevista ao g1, a jovem desabafou: “Quando eu olhei [no espelho], não era mais eu. Não sou eu com isso aqui. Para mim, ele me matou por dentro, acabou comigo com uma forma de me marcar e dizer que eu sou propriedade dele“, disse.
O crime foi cometido em Taubaté, no interior de São Paulo. Gabriel desrespeitou a medida protetiva que a Justiça havia decretado, de não se aproximar da ex, sequestrou Tayane e a levou para casa, onde realizou a tatuagem.
Um boletim de ocorrência foi aberto na manhã de sábado (21), quando Deborah Velloso, mãe da adolescente, foi até a delegacia, após o sumiço da filha completar 24h. Ela também foi sozinha até a rua do rapaz, onde encontrou a filha dentro do carro de Coelho, que foi preso por descumprir ordens judiciais.
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Gabriel foi levado para o Centro de Detenção Provisória e o caso foi encaminhado à Delegacia de Defesa da Mulher. Lá, o rapaz apresentou um vídeo de Tayane dizendo que autorizava a tatuagem. Ela, contudo, disse que foi ameaçada por ele e amarrada durante a filmagem.
Uma relação abusiva
Essa foi a terceira vez que o rapaz descumpriu uma medida protetiva, sendo que ele tem duas estabelecidas pela Justiça: uma de 2021 e outra deste ano.
Tayane conheceu Gabriel há seis anos, quando tinha 12 anos de idade, mas ambos começaram a namorar quando a jovem completou 16.
A adolescente contou, em entrevista ao g1, que o começo de namoro foi tranquilo, mas que, aos poucos, Gabriel foi se mostrando abusivo. “Ele começou impedindo que eu usasse uma roupa, depois de andar com meus amigos e quando eu vi já estava me batendo. Eu acabei contando para a minha mãe e terminamos. Oito meses depois, ele me disse que ia mudar e eu aceitei. Foi o meu maior erro“, lamentou.
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Quando reataram, Tayane e Gabriel foram morar juntos, período em que a violência doméstica começou. “Ele me ameaçava, eu já não tinha mais vida social, celular, até que ele me pegou na rua e disse que iria cumprir a ameaça que tinha, de tatuar minha cara com o nome dele”, contou.
A moça revelou ainda que decidiu tornar seu caso público para encorajar outras mulheres que são vítimas de relacionamento abusivo: “Eu só quero que as pessoas que estão vendo o meu rosto assim, me vendo, não tenham medo. Não pode ter medo, precisa denunciar, porque tudo fica pior“, garante.
Gabriel Coellho segue detido.