Um grande desafio se expressar artisticamente e viver enquanto pessoa trans, transgênero e travesti. O preconceito que está presente na sociedade, a transfobia que está arraigada na cultura, o cenário de ódio e terror que nos aflige. Eu sou Gabriel do Carmo, da Galera CAPRICHO, e hoje vou te apresentar duas jovens trans que você deve acompanhar e admirar.
Há mulheres que estão lutando pelo reconhecimento de sua condição feminina, se exprimindo de forma artística e vivendo de sua arte. A arte, inclusive, muitas vezes é refúgio de tranquilidade, viu?
A representatividade “transcultural” é de suma importância no presente contexto, uma vez que a representação de indivíduos trans no cenário artístico torna-se indispensável para desafiar estereótipos e combater o preconceito.
Além disso, sua participação, aliada aos seus dotes artísticos, têm contribuído para a revolução no campo artístico.
Ágatha Costa
Nascida em Macaparana, cidade do interior de Pernambuco, Ágatha tem 20 anos e é uma jovem sonhadora que sempre soube que seria uma grande mulher no futuro. Ela já passou por vários processos e a transfobia esteve presente em diversas situações do dia-a-dia, mas a arte era seu refúgio.
“Meu processo de transição no começo foi difícil, porque meus pais não me aceitavam. Até hoje eu sofro transfobia, a maioria das pessoas não me respeita, me tratam no masculino e isso me deixa muito triste”.
“A arte, para mim, é tudo. Desde pequena eu sempre desenhei. A arte é minha paixão”, conta Ágatha. Ela, atualmente, não trabalha profissionalmente com arte, mas se expressa muito por meio de seus desenhos – e essa é uma parte essencial da sua vida.
Kleo Alves
Kleo Alves, mais conhecida como “Kandie”, tem 19 anos, mora em Osasco, cidade da zona metropolitana de São Paulo. Ela é multiartista, ou seja, é atriz, ilustradora, dançarina, modelo e, ainda, estudante de Serviço Social e Teatro. Ufa, muita coisa, né?
“Conheci o mundo da arte através da dança, enquanto criança. Eu acredito que a arte transcende barreiras e une pessoas através das mais variadas expressões”, ela diz. “Essa busca constante por me expressar artisticamente me permite explorar diferentes perspectivas e oferecer ao mundo um vislumbre das minhas emoções e pensamentos.”
Ela conta que seu processo de transição tem sido desafiador. Isso “pelo fato do Brasil ser um país que assustadoramente que mais mata pessoas transgênero no mundo, mas, ao mesmo tempo, extremamente libertador, pelo fato de eu me compreender, me aceitar e me amar”, explica.
Ela ainda compartilha que, “minha jornada multifacetada tem me proporcionado uma compreensão mais rica das conexões entre arte, política e sociedade. Através das artes, posso transmitir mensagens poderosas e inspirar a reflexão sobre questões sociais e políticas.”
A arte é um lugar para diversas pessoas, sem distinção de gênero ou raça, um lugar revolucionário onde indivíduos se expressam com amor e sem perseguição, longe de atos preconceituosos e de pessoas preconceituosas. A arte muda vidas e muda o mundo onde ela está inserida.
Diante desse cenário, devemos respeitar e prestigiar a arte de outras pessoas e a representatividade da transexualidade em meios artísticos e culturais. Até a próxima, pessoal 😉