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A voz potente do futebol feminino em prol das mulheres ecoa fora de campo

Jogadores se posicionaram contra a criação do PL 1904/24 e nos mostraram que o entretenimento não deve tirar o foco dos problemas sociais

Por Bianca Ramos 26 jun 2024, 13h00
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i, gente! Aqui é a Bianca da Galera CAPRICHO, e hoje trouxe um assunto muito importante de ganhar notoriedade: como o futebol feminino tem se posicionado para questões além do esporte e como isso impacta na nossa sociedade.

Nas últimas semanas, um dos assuntos mais comentado foi a criação do PL 1904/24, que equipara o aborto após 22 semanas (mesmo em casos de estupros) ao crime de homicídio, alegando que essas mulheres e os profissionais envolvidos deveriam chegar a 20 anos de prisão. O projeto de lei causou revolta na maioria das pessoas, e os protestos foram para além das ruas e das redes sociais, invadindo também os campos de futebol.

No último jogo do Cruzeiro pelo Campeonato Brasileiro, contra o Grêmio, a jogadora Byanca Brasil entrou em campo utilizando uma munhequeira com a frase “Criança não é mãe”, frase essa que repercutiu bastante pela hashtag de manifestação nas redes, #CriançaNãoÉMãe. As “Cabulosas” também trouxeram à tona a campanha “Fale Agora” em parceria com a Prefeitura Mineira, que previne e denuncia casos de violência sexual contra mulheres. 

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Essa não é a primeira vez nesse ano que o futebol feminino se manifesta em campo em defesa das mulheres. Em abril, a quinta rodada do Brasileirão Feminino teve diversos protestos contra o assédio sexual e moral no futebol em meio às denúncias envolvendo o técnico do Santos, acusado de tal crime por 19 atletas no ano passado, e tendo seu cargo de volta. As jogadoras, como ato de manifestação, colocaram a mão na boca e nos ouvidos durante o hino nacional, simbolizando que elas não estavam sendo ouvidas e suas denúncias não estavam sendo consideradas. 

As atletas do Palmeiras e Avaí chegaram a posar para uma foto durante a transmissão, todas juntas, em ato de protesto, e dando ênfase nas jogadoras de camisa 19, número de atletas que depuseram contra o técnico. 

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A importância e o impacto desses protestos

O futebol feminino por si só já é um ato de manifestação. Jogar um esporte considerado “masculino” desde suas raízes e persistir mesmo com todo o preconceito e julgamento é puro protesto e posicionamento. Mas, quando o futebol mostra que anda lado a lado da realidade, o impacto que causa em seus telespectadores é muito importante. Mostrar para as vítimas de toda a violência sofrida na sociedade que elas não estão sozinhas e que elas importam é um ato de se aplaudir. O apoio que elas concedem, mesmo que indiretamente, tem evidenciado acontecimentos muito importantes e que precisam SIM ser discutidos. 

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As atletas se manifestando em campo expõe para nós que o entretenimento não deve tirar o foco dos problemas sociais que enfrentamos todos os dias. Tirar esse olhar de ignorância que muitas vezes os jogos nos causam (por ser divertido, cultural e colecionar fãs) e trazer a reflexão de tudo que as mulheres passam em seu dia a dia, nos aproxima das atletas, mostrando que a força que alcançamos vem da nossa união. É impossível e também é muito incômodo ignorar situações ameaçadoras às mulheres quando se vive em um país que nos amedronta.

Também não podemos esquecer das crianças que acompanham esportes e que se espelham nessas jogadoras. A influência positiva que o posicionamento em campo gera mostra para essas garotas que temos, sim, lugar de fala e é nosso dever cuidarmos umas das outras, e principalmente de nós mesmas. 

O exemplo que essas atletas nos trazem a cada dia, demonstra que o nosso posicionamento é válido, e que não importa em qual lugar chegarmos, todas dividimos dores e forças que quando compartilhadas, nos confortam! 

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Usar a voz e a influência para protesto é um ato político. O futebol feminino precisa ser colocado em evidência, porque além da bola rolar em campo, elas nos ensinam a cada dia que o futebol vai além das quatro linhas, das arquibancadas e dos vestiários. 

E lembre-se: você não está sozinha! Em caso de ajuda ou apoio, disque 180 (Central de Atendimento à Mulher).

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