O vitiligo é uma doença que, apesar de comum, ainda causa muito preconceito. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, estima-se que mais de 2 milhões de pessoas têm vitiligo no Brasil. Nas redes sociais, influenciadoras, como Carolina Clarkson e Barbarhat Sueyassu, tentam mostrar que a vida continua e que possuir as manchas esbranquiçadas na pele não é motivo de vergonha. Pensando nisso, a CAPRICHO conversou com especialistas para entender tudo sobre a doença e como ela se desenvolve. Confira!
1. O que é vitiligo?
O vitiligo surge por problemas e disfunções dos melanócitos, que são os responsáveis pela produção de melanina [pigmentação] do corpo. Isso faz com que a pessoa que apresenta essa doença desenvolva manchas esbranquiçadas por todo o corpo, podendo, inclusive, aparecer em lugares bem escondidos, como no interior da boca e no couro cabeludo. Por se tratar de um distúrbio dermatológico crônico, a doença dura a vida toda, mas existem tratamentos para amenizar.
Ver essa foto no Instagram
2. Quais são os primeiros sinais do vitiligo?
O primeiro sinal evidente é a falta de pigmentação, uma lesão [mancha] mais clara que o restante da sua pele ou alguma área em que surja pelo (cabelo, cílios, sobrancelhas ou barba) bem mais claros do que o restante da área original.
O vitiligo vai progredindo aos poucos. Inicialmente, acontece a perda de pigmentação do cabelo, cílios, sobrancelhas e pelos. Logo após, passa para lugares mais escondidos do corpo, como globo ocular, axilas, órgãos genitais e umbigo.
3. Quando procurar um médico?
Quanto mais cedo o tratamento começar, melhor pode ser o resultado. Não é uma doença perigosa à saúde e o vitiligo não mata, mas pode causar questões de autoestima e psicológicas. Porém, qualquer lesão duradoura na pele que surja, principalmente, sem uma explicação razoável, e que te incomode causando dor, desconforto físico ou estético, merece receber atenção de um médico.
4. Como funciona o tratamento?
Além do dermatologista, como o vitiligo afeta diretamente a aparência, é recomendado ter um acompanhamento de um psicólogo. Ele vai ajudar a entender o problema e a lidar com as barreiras pessoais de cada paciente. É muito importante sempre passar protetor solar para proteger a parte mais clara e evitar que mude ainda mais a cor do corpo em relação às manchas. Outras opções para tratamento são pomadas de corticoides, a fotoquimioterapia, terapia a laser e enxerto ou transplante de melanócitos. O importante é consultar um médico o para realizar o tratamento ideal para cada caso.
Ver essa foto no InstagramContinua após a publicidade
5. Existe prevenção?
É possível evitar os fatores que possam precipitar o aparecimento de novas lesões ou acentuar as já existentes. Evitar a manipulação de material de borracha ou o uso de roupas apertadas ou emborrachadas, por exemplo. Isso porque a borracha contém hidroquinona, e existe uma teoria citotóxica que defende que certas substâncias derivadas da hidroquinona podem provocar a despigmentação da pele própria do vitiligo. Além disso, por ser uma doença genética ou advinda de estresse e traumas, não existem outros meios.
6. Como o vitiligo é desenvolvido?
Como as causas da doença não estão muito claras, acredita-se que o desenvolvimento da doença acontece a partir de predisposição genética associada a ocorrências que desencadeiem alterações ou traumas emocionais.
7. Qual a faixa etária mais afetada?
A doença pode aparecer durante qualquer fase da vida, mas o seu surgimento é muito mais comum é até os 20 anos de idade, por isso estejam atentas e avisem aos seus responsáveis caso surja alguma área de coloração diferente na sua pele. O histórico familiar também é considerado, pois cerca de 30% dos pacientes possuem algum parente com a doença.
8. O vitiligo pode ser sinal de alguma doença mais grave?
O vitiligo em si não. Mas, por essa doença estar associada a outras doenças que são autoimunes, o ideal é que, quando o paciente chega com queixa de mancha clara na pele, o médico imagine que pode ser vitiligo e peça uma série de exames laboratoriais para investigar a ocorrência simultânea de outras doenças. No entanto, mais do que isso, algo em que precisamos sempre nos lembrar é que “alterações ou traumas emocionais” podem desencadear essas lesões. Portanto, abordar alguém que tenha vitiligo pode significar abordar alguém com fragilidade e traumas emocionais que precisam de cuidado, investigação e uma condução adequada.
Quem deu as informações: Dra. Fernanda Chauvin, especialista em dermatocosmética e CEO da Ellementti Dermocosméticos; Dra Cristiane Simões, dermatologista do Grupo de Telemedicina Iron; Dra. Regislaine Souza Miquelin, especialista em dermatologia; Dra. Roberta Padovan, Médica Pós-graduada em Dermatologia e especialista em Medicina Estética e Dermatologia pela INCISA.